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Vendas e preço do frango reagiram durante junho
01/07/2020

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Vendas e preço do frango reagiram durante junho

Cepea/Esalq/Usp indica elevação de 6% nas cotações, em movimento que analistas da indústria percebem, mas consideram “ainda tímido”

O aquecimento das vendas de carne de frango no mercado interno e a readequação dos estoques feita pelos frigoríficos, depois da queda do consumo entre março e abril, fez com que as cotações do produto reagissem em junho, retornando a patamares registrados no início de março, antes do distanciamento social provocado pela pandemia do coronavírus.

Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), o preço médio de venda do frango inteiro congelado, pela indústria, nas regiões de Porto Alegre e Erechim, era de R$ 5,23 e R$ 6,00, respectivamente, na semana passada. Os valores superam em cerca de 6% os de maio.

Para colaboradores do Cepea, a melhora nas vendas também está relacionada à retomada, ainda que parcial, de algumas atividades econômicas. O diretor executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Eduardo Santos, informa que a recuperação dos valores foi percebida, mas não significa que o setor chegou a um patamar de equilíbrio. “É um processo tímido ainda”, avalia, ao apontar que os frigoríficos tiveram queda de até 40% nas vendas entre março e abril. Ele lembra que o anúncio da pandemia fez com que as pessoas estocassem alimentos em casa e depois houve freio na comercialização, gerando altos estoques e desvalorização da carne de frango.

Em função deste cenário, Santos diz que a produção da indústria caiu 15% em abril e maio – algumas plantas também fecharam temporariamente por conta do contágio de funcionários com a Covid-19 –, houve readequações nos estoques e, ao mesmo tempo, reaquecimento na demanda doméstica nas últimas semanas.

O diretor executivo da Asgav afirma que, a partir de agora, o setor estará “em total alerta” para ver como se porta a demanda. “As empresas estão cientes que precisam abastecer o mercado e já adotaram todos os protocolos para dar segurança aos colaboradores”, acrescenta. Em relação ao mercado externo, revela que a expectativa é que se mantenham os bons números concretizados entre janeiro e maio, quando a avicultura gaúcha exportou 282 mil toneladas, 64% mais do que no mesmo período de 2019.

AVES E SUÍNOS
Elevação do custo supera dois dígitos no ano

Os custos de produção dos suínos e frangos, calculados pela Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS) da Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia (SC), tiveram alta no mês de maio, na comparação com abril.

O ICPSuíno, apurado com base no estado de Santa Catarina, maior produtor nacional, cresceu 1%, elevando o preço do quilo vivo de R$ 4,60 em abril para R$ 4,64 em maio. De acordo com a central, este é o maior valor nominal do ICPSuíno desde a sua criação. De janeiro a maio, o índice acumula alta de 10,85%.

O ICPFrango teve alta de 0,28%, elevando o custo do quilo vivo no Paraná, maior produtor da proteína no Brasil, de R$ 3,40 em abril para R$ 3,41 em maio. De janeiro a maio deste ano, ICPFrango acumula alta de 13,51%.

Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV