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Terça-feira foi mais um dia de valorização para o preço do milho no Brasil
12/08/2020

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Terça-feira foi mais um dia de valorização para o preço do milho no Brasil

A terça-feira (11) chega ao final com os preços do milho acumulando novas valorizações no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas desvalorizações em nenhuma das praças.

Já as elevações apareceram em Pato Branco/PR (1,08% e preço de R$ 46,70), Londrina/PR (1,10% e preço de R$ 46,00), Ubiratã/PR e Marechal Cândido Rondon/PR (1,11% e preço de R$ 45,50), Eldorado/MS (1,16% e preço de R$ 43,50), Castro/PR (2,11% e preço de R$ 48,50), Ponta Grossa/PR (2,13% e preço de R$ 48,00), Rio do Sul/SC (2,17% e preço de R$ 47,00), Luís Eduardo Magalhães/BA (2,33% e preço de R$ 44,00) e Itapetininga/SP (5,77% e preço de R$ 55,00).

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, as cotações do milho no Brasil descolaram das cotações dos Estados Unidos. “Enquanto nos EUA, a qualidade das lavouras naquele país está 14 pontos percentuais acima de 2019 e pressiona as cotações, a colheita aqui não trouxe pressão nos preços”.

Já a Agrifatto Consultoria destaca que, “a semana começou com mais ofertas de cereal surgindo no MS e no PR segurando levemente a forte alta que vinha sendo registradas nesses estados, no entanto, o mercado físico de milho brasileiro ainda segue pressionado nesta semana que se inicia pela pouca necessidade dos agricultores em negociar”.

A segunda safra de milho no Mato Grosso se aproxima do final com mais de 98% das lavouras já colhidas até o final da última semana. As negociações desta produção também estão bastante avançadas, com mais de 90% já vendido.

Segundo o superintendente do Imea, Daniel Latorraca Ferreira, neste momento os produtores optam por armazenar este volume restante aguardando as movimentações de mercado, que segue sustentado para o cereal, inclusive com aumento de preço em plena colheita.

O analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze aponta que neste momento, o normal seriam as cotações se retraírem com o avanço da colheita, mas a realidade é outra. “O Brasil virou uma grande potencia mundial no milho e isso sustenta os preços. Devemos exportar mais de 35 milhões de toneladas neste ano”.

B3

Os preços futuros do milho também tiveram um dia de altas na Bolsa Brasileira (B3), mas as principais cotações registravam movimentações em campo misto entre 0,11% negativo e 0,76% positivo por volta das 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento setembro/20 era cotado à R$ 55,37 com ganho de 0,76%, o novembro/20 valia R$ 55,40 com estabilidade, o janeiro/21 era negociado por R$ 55,87 com perda de 0,11% e o março/21 tinha valor de R$ 55,29 com queda de 0,02%.

As altas do cereal brasileiro vieram mesmo com o dólar operando em queda durante todo o dia. Por volta das 16h48 (horário de Brasília), a moeda americana era cotada à R$ 5,41 com baixa de 1,28%.

“O mercado brasileiro de milho deve manter um cenário de cotações firmes em meio ao bom interesse em aquisições por parte dos consumidores e ao quadro de oferta restrita no cenário doméstico, mas a queda do dólar frente ao real pode deixar as negociações nos portos um pouco mais lentas”, diz a consultoria SAFRAS & Mercado.

De acordo com superintendente do Imea, o momento é de mercado aquecido, com a demanda interna e externa em alta, e isso estimula um grande avanço na comercialização da próxima safra 2020/21, que já tem cerca de 40% da produção estimada vendida.

A expectativa de Ferreira é que os preços do milho sigam em alta no estado, estimulando o otimismo dos produtores mato-grossenses que podem, novamente, ampliar a área cultivada para o ciclo 2020/21.

Mercado Externo

As altas também marcaram presença para os preços internacionais do milho futuro na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta terça-feira. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 0,25 e 1,00 ponto ao final do dia.

O vencimento setembro/20 foi cotado à US$ 3,11 com valorização de 1,00 ponto, o dezembro/20 valeu US$ 3,23 com elevação de 0,50 pontos, o março/21 foi negociado por US$ 3,35 com alta de 0,50 pontos e o maio/21 teve valor de US$ 3,43 com ganho de 0,25 pontos.

Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 0,32% para o setembro/20 e de 0,30% para o março/21, além de estabilidade para o dezembro/20 e para o maio/21.

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho nos Estados Unidos ficaram estáveis na terça-feira, já que traders e analistas previram que os agricultores colherão uma grande safra, apesar da tempestade que atingiu o meio-oeste na segunda-feira.

“Os agricultores estão avaliando os danos causados ao milho pelos ventos com força de furacão que arrasaram alguns campos em Iowa e Illinois”, comenta Tom Polansek da Reuters Chicago.

De acordo com o economista chefe de commodities da corretora StoneX, Arlan Suderman, cerca de 200 milhões a 400 milhões de bushels (entre 5,080 milhões e 10,160 milhões de toneladas) podem ter sido destruídos, uma redução na produtividade nacional entre 2,5 e 4,5 bushels por acre (entre 2,61 e 4,7 sacas por hectare).

A publicação destaca ainda que, os traders disseram que verificarão as avaliações semanais das condições da safra do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na segunda-feira, como parte dos esforços para determinar a extensão dos danos da tempestade.

“Não vamos ficar muito animados ou ansiosos demais com uma recuperação acentuada, porque não sabemos quanto dano foi feito”, disse Brian Hoops, presidente da corretora Midwest Market Solutions.

Fonte: Notícias Agrícolas
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV