O protesto dos caminhoneiros contra a alta nos preços do óleo diesel, iniciado ontem em todo o Brasil, já preocupa os setores de suínos e aves. Líderes dos dois segmentos dizem que, diante do aumento de 6% no preço do combustível em 2018, enquanto a inflação oficial acumulada no ano é de 0,92%, consideram legítima e compreensiva a paralisação, mas advertem que ela pode trazer prejuízos econômicos.

“Ninguém em sã consciência consegue achar que os caminhoneiros não têm razão”, comenta o vice-presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Mauro Gobbi. “O problema é trancar as rodovias”, ressalva. O dirigente diz que há cargas de suínos paradas no Paraná e um caminhão com farelo de soja impedido de se movimentar na região de Passo Fundo.

Para o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Nestor Freiberger, ainda é cedo para avaliar prejuízos, mas não para ter esperança que o governo se movimente com mais agilidade do que nas greves de 2015 e 2016. Freiberger reconhece que na região do Vale do Caí, ontem, houve bloqueios, e critica a estratégia. “O melhor protesto do caminhoneiro seria não sair de casa”, acredita. “Trancar estradas afeta toda a cadeia produtiva que, no caso da avicultura, já tem muitos problemas”, aponta. Freiberger acrescenta que as maiores dificuldades que podem advir do movimento é a demora na chegada do milho às granjas e o atraso no embarque de cargas no Porto de Rio Grande.

Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV