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Setor de aves estima prejuízo de R$ 182,9 milhões em razão das cheias no Estado
22/05/2024

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Levantamento da Organização Avícola do Rio Grande do Sul é preliminar e considera perdas ocorridas entre os dias 5 e 20 de maio

De aves a frigoríficos levados pelas águas, o tamanho do prejuízo trazido pelas enchentes passa a ser dimensionado à medida que a água começa a baixar. No setor avícola, as perdas devem somar, pelo menos, R$ 182,9 milhões no Estado. Esse é o levantamento preliminar, que considera danos entre os dias 5 a 20 de maio, divulgado pela Organização Avícola do Rio Grande do Sul (O.A.RS).

— Com certeza, os danos são muito maiores. Hoje mesmo já recebi novos relatos de problemas — frisa José Eduardo dos Santos, presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), que integra a O.A.RS.

Só em aves, pintos e ovos férteis, as perdas já somam R$ 26,4 milhões. Em infraestrutura, chegam a R$ 15,8 milhões em danos totais. E, para agravar o cenário, a região que concentra a maior parte desses números é reincidente: o Vale do Taquari. Responsável por 20% da produção gaúcha de frangos, é a terceira vez em menos de seis meses que a área tem de se reerguer depois de uma enxurrada. Por isso, a preocupação do setor é redobrada.

— As indústrias mal se recuperaram e agora vivem o problema mais uma vez — constata Santos, negando, no entanto, a possibilidade de desabastecimento.

Essa é a realidade de frigoríficos como a Bom Frango, de Venâncio Aires, a cooperativa Dália Alimentos, de Encantado, e a Minuano, de Arroio do Meio. No caso da Dália, as operações tanto nas unidades de suínos quanto de aves voltaram nesta semana. As atividades estavam suspensas há 20 dias.

— O nosso maior problema nesta enchente foi energia elétrica. Foi o que nos tirou da operação. E principalmente a logística da vinda da matéria-prima do campo para a agroindústria, seja leite, suínos e frango — explica Gilberto Piccini, presidente da cooperativa, acrescentando que, aos poucos, os gargalos estão sendo solucionados.

Uma série de demandas já foi entregue pela Asgav aos governos estadual e federal. Entre elas, o pedido de reavaliação de fundos, como o de loterias federais e o partidário, e de flexibilização de linhas de crédito em caso de catástrofes como essa. À coluna, o presidente da associação reforça:

— A gente está vendo muito boa vontade dos governos. Mas precisamos de algo diferenciado de tudo o que já teve no Brasil até hoje.

Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Jefferson Botega / Agencia RBS