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Seca e Covid-19: principais danos para o PIB do RS serão no 2º trimestre
15/06/2020
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Impactado pelos efeitos da estiagem e as primeiras consequências da pandemia, o PIB gaúcho apresentou uma queda expressiva no primeiro trimestre de 2020, conforme detalhado no texto acima. Após um período de bons resultados observados entre o terceiro trimestre de 2018 e o segundo trimestre de 2019, a economia do RS iniciou um processo de desaceleração, principalmente por conta da perda de tração observada na indústria de transformação e no comércio. O gráfico ao lado deixa claro o início do declínio a partir do segundo semestre de 2019.
No entanto, os resultados observados em janeiro e fevereiro de 2020 foram positivos, sugerindo o início de um processo de retomada, principalmente no setor industrial. A produção da indústria gaúcha cresceu 3,8% em janeiro e 2,6% em fevereiro, em relação ao mês anterior, com ajuste sazonal. Contudo, a paralização da segunda quinzena de março, combinada com a forte estiagem que se abateu sobre o Estado durante os meses de verão, mais do que compensou os ganhos acumulados no ano.
As perspectivas para o segundo trimestre são de uma queda ainda mais intensa, pois além dos reflexos das medidas de isolamento social por conta da pandemia – conforme apontam os indicadores já divulgados para o mês de abril –, os impactos da estiagem devem aparecer com mais força, pois é nesse período que se concentra a maior contribuição do PIB da Agropecuária (cerca de 90% da produção de soja é contabilizada no segundo trimestre). Portanto, a soma dos principais efeitos da estiagem e da pandemia devem produzir números extremamente negativos.
Além disso, a crise mundial e brasileira devem ter reflexos negativos na produção gaúcha, ao passo que menos produtos serão demandados. Portanto, dado que as projeções já apontam queda no PIB brasileiro de cerca de 8%, é provável que a queda do PIB gaúcho em 2020 chegue a dois dígitos (-11%).
Fonte: FIERGS