A safra brasileira de grãos em 2016/2017, cujo período oficial se encerra neste mês, deve confirmar recorde de 234,33 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 25,6% sobre o período anterior 2015/2016, que foi prejudicado pelo clima adverso. Em relação à previsão anterior, de maio (232,02 milhões de toneladas), a estimativa é 1% maior. Os dados fazem parte do nono levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira.

Conforme os técnicos da Conab, em comunicado, os responsáveis pela supersafra atual foram o crescimento de área e das produtividades médias. A previsão é de ampliação de 3,7% na área total, podendo atingir 60,5 milhões de hectares, incluídas as culturas de segunda e terceira safras e as de inverno. A produtividade média deve aumentar 21,1%, alcançando 3.874 kg/hectare.

A produção da soja deve crescer 19,4% e atingir 113,9 milhões de toneladas, com ampliação de 1,9% na área plantada estimada em 33,9 milhões de hectares. Segundo a Conab, a colheita está finalizada nos principais estados produtores.

No caso do milho, a primeira safra, em fase de conclusão de colheita, deve atingir 30,31 milhões de toneladas (mais 17,7% ante o período anterior). A segunda safra, cuja colheita foi iniciada em alguns estados, está estimada em 62,94 milhões de toneladas, cultivadas em 11,7 milhões de hectares. Assim, a produção total de milho em 2016/2017 deve alcançar 93,84 milhões de toneladas, alta de 41%. Segundo a Conab, "milho e soja respondem por quase 90% dos grãos produzidos no País".

O feijão primeira safra, que está no final da colheita, deve alcançar uma produção de 1,39 milhão de toneladas, resultado 34,1% superior ao produzido em 2015/2016. Já a segunda safra deve alcançar 1,31 milhão de toneladas. A produção do feijão total deve atingir 3,4 milhões de toneladas, em uma área de 3,1 milhões de hectares.

As lavouras de algodão estão em fase de floração e frutificação e em boas condições, conforme a Conab. A produção deve atingir 2,24 milhões de toneladas, das quais 1,49 milhão de toneladas de pluma, aumento de 15,4% em relação ao período anterior.

A colheita de arroz está avançada, e as condições climáticas favoráveis ao longo de todo o ciclo devem resultar em 12,13 milhões de toneladas (aumento de 14,4% ante o período anterior).

A estimativa para a safra de trigo, cultura de inverno, é de redução na área plantada (menos 8,8%), estimada em 1,93 milhão de hectares "em virtude do preço do produto e aos estoques de ótima qualidade da safra passada", diz a Conab. A produção deve atingir 5,21 milhões de toneladas (queda de 22,6% ante 6,7 milhões de toneladas em 2015/2016).

A aveia, ao contrário do trigo, apresenta crescimento de área de 3,4%, podendo alcançar 301,5 mil hectares. A produção está estimada em 705,7 mil toneladas.

Conforme a Conab, a pesquisa foi realizada no período de 21 a 27 de maio em todas as regiões produtoras, quando foram consultadas diversas instituições e informantes cadastrados em todo o País.

No Rio Grande do Sul, produção sobe 8,8%, mas queda no trigo é esperada

No Rio Grande do Sul, a Conab estima um aumento de 8,8% na produção agrícola 2016/2017 ante o ciclo anterior, totalizando 35,93 milhões de toneladas de grãos. A colheita de arroz teve maior variação positiva (17,1%), alcançando 8,61 milhões de toneladas. A soja atingiu 18,71 milhões de toneladas, uma elevação foi de 15,5% ante a safra 2015/2016. No milho, a colheita de 6,08 milhões de toneladas representa alta de 3,3% em comparação com o ano anterior.

É na principal cultura de inverno, o trigo, que é esperada a maior redução de produção no Estado. A Conab estima uma colheita de 1,63 milhão de toneladas do cereal, o que representa uma queda de 34,6% em relação ao ano passado. A área plantada deve cair 10% no Rio Grande do Sul, alcançando 699 mil hectares.

Fonte: Jornal do Comércio
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