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Safra de grãos gaúcha terá revés com chuva intensa
02/05/2024
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Conforme a Emater/RS-Ascar, faltam ser colhidos 25% das áreas de soja e 15% das áreas de milho, mas ainda não há como estimar impacto
O volume intenso de chuva em todo o Rio Grande do Sul, que se registra desde a última segunda-feira, vai trazer prejuízos à produção de grãos no Estado prevista pela Emater/RS-Ascar e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) acima de 30 milhões de toneladas, das quais mais de 20 milhões de toneladas apenas para a soja. Quantificar as perdas, no entanto, ainda não é possível, afirma o agrônomo e especialista em grãos da Emater, Alencar Rugeri.
O diretor técnico da Emater, Claudinei Baldissera adiantou ontem os números que constarão do Informativo Conjuntural, o qual a associação divulga hoje. Segundo ele, na última semana a colheita da soja chegou a 75% da área plantada com o grão no Estado, estimada em 6,7 milhões de hectares. “Os 25% restantes a serem colhidos certamente terão impacto da quantidade de chuva, especialmente em terras baixas e naquelas sujeitas à inundação. Nestas, mesmo que pare de chover, vai levar tempo para que as máquinas consigam entrar nas lavouras e haverá comprometimento da qualidade do grão”, avaliou. Baldissera adiantou também que já foram colhidos cerca de 85% das plantações de milho e onde a cultura resta a ser colhida é naquelas propriedades em que agricultor priorizou a soja.
De acordo com o agrônomo Alencar Rugeri, os relatos recebidos das regionais da Emater no interior indicam que haverá três tipos de perdas que a chuva trará. A primeira perda decorre da intensidade das precipitações que levam embora nutrientes e até solos, mas não chega a significar perda de produção. "Em termos de produção temos dois tipos de prejuízo. Um é o das áreas de baixada onde a chuva realmente pode levar as plantas. Outro, este sim mais difícil de calcular, é aquele que interferirá na qualidade e na quantidade de grãos", explica.
A perda de qualidade e volume, ressalta Alencar, vai depender da persistência da chuva e da capacidade do grão brotar na vagem. "É um conjunto de coisas que, agora, no olho do furacão, é difícil de dimensionar. Haverá reflexos, mas é preciso ter cautela e fazer uma análise depois que o evento terminar. Há sim uma preocupação grande em função ainda do que se tem para colher, principalmente na Metade Sul", completa.
Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem: Ana Claudia Oliveira/Divulgação/CP Memória