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Safra brasileira de grãos deve alcançar 288,2 milhões de toneladas em 10 anos
24/07/2017

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Safra brasileira de grãos deve alcançar 288,2 milhões de toneladas em 10 anos

A produção brasileira de grãos deverá chegar a 288,2 milhões de toneladas nos próximos 10 anos, um acréscimo de 51 milhões de t em relação à atual safra (2016/2017), de 237,2 milhões, o que representa um incremento de 21,5%. Milho e soja continuarão puxando a expansão dos grãos até 2026/27. A previsão de crescimento da área plantada de todas as lavouras (grãos e culturas permanentes) é de 13,5%, saindo de 74 milhões de hectares para 84 milhões de hectares. Já área de grãos deve aumentar 17,3% neste período, passando de 60 milhões de hectares para 71 milhões de hectares. As estimativas fazem parte do estudo de projeção da produção agropecuária brasileira para a próxima década, divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Mapa) nesta sexta-feira (21).

A pesquisa envolve 29 produtos, como grãos, carnes (bovina, suína e aves), leite, frutas, fumo, celulose, papel e outros. De acordo com o coordenador-geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, José Garcia Gasques, o crescimento da produção agrícola no Brasil continuará sendo impulsionado pela produtividade no campo, pelo aumento do consumo do mercado interno e pela expansão das exportações. O crescimento com base na produtividade deverá ocorrer nas novas regiões agrícolas do Brasil, no Norte e no Centro-Nordeste. O estudo, segundo Gasques, aponta que os investimentos em infraestrutura e logística nessas regiões têm dado segurança para o novo cenário agropecuário.

Produtos mais dinâmicos - Os produtos mais dinâmicos do agronegócio brasileiro deverão ser algodão em pluma, milho, carne suína, carne de frango, soja grão. Entre as frutas, os destaques são manga, uva e melão. A expansão de 13,5% na área plantada de lavouras no país está concentrada em soja (+9,3 milhões de hectares), cana-de-açúcar (+1,9 milhão) e milho (+1,3 milhão). Entretanto, segundo Gasques, algumas lavouras, como café, arroz e feijão, devem perder área, mas a redução será compensada por ganhos de produtividade. Ainda conforme publicação do Mapa e da Embrapa, a expansão de área de soja e cana-de-açúcar deverá ocorrer pela incorporação de áreas novas, de pastagens naturais e também pela substituição de outras lavouras que deverão ceder espaço.

A produção de carnes (bovina, suína e aves), entre 2016/17 e 2026/27, deverá aumentar em 7,5 milhões de toneladas, com acréscimo de 28% em relação à produção de carnes de 2016/2017. As carnes de frango (33,4%) e suína (28,6%) devem apresentar maior crescimento nos próximos anos. A produção de carne bovina deve aumentar 20,5% entre o ano base e o final das projeções. Em 2026/27, 40% da produção de soja serão destinados ao mercado interno. A produção de milho (+55,5%) e de café (+45%) também deve ser consumida internamente. “Haverá, assim, dupla pressão sobre o aumento da produção nacional, devida ao crescimento do mercado interno e das exportações do país”, observa Gasques.

Projeções regionais - As projeções regionais indicam que os maiores aumentos de produção e de área da cana-de-açúcar devem ocorrer em Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, embora estes três últimos sejam ainda estados de produção pequena da cultura. Mas São Paulo, como maior produtor nacional, também projeta expansões elevadas de produção e de área do produto. Os estados da Bahia e Tocantins devem liderar o crescimento da produção de milho nos próximos anos. Entre os grandes produtores, Mato Grosso deve continuar liderando a expansão da produção de milho e soja no país, com aumentos previstos de 41,4% e 34,1%, respectivamente. O acréscimo da produção de milho deve ocorrer especialmente pela expansão da segunda safra.

A soja deve apresentar forte expansão em estados do Norte, especialmente no Pará e em Rondônia. “Contribuem para isso a atração que a cultura apresenta e a abertura de novos modais de transporte nos próximos anos”, projeta o coordenador-geral de Estudos e Análises. Gasques pondera que um dos fatores de incerteza são as mudanças climáticas. Segundo a Embrapa, algumas lavouras, como café, feijão e laranja, podem ter redução de produção e produtividade devido ao abortamento das flores, ocorrido com as mudanças climáticas.

Fonte: MAPA