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Recorde Brasileiro e Estagnação Gaúcha
30/09/2016
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Enquanto o rebanho efetivo de bovinos, suínos e frangos cresceu em 2015 no Brasil, na comparação com o ano anterior, o Rio Grande do Sul viu o número de animais reduzir no mesmo período. Segundo a Pesquisa Pecuária Municipal 2015, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de gado caiu 1,56%, o de suínos 2,61% e a de frango 6,81% (veja números abaixo).
Na bovinocultura, a estagnação da lotação no Estado é explicada pela expansão das áreas destinadas à produção de grãos, especialmente de soja. No Norte e no Centro-Oeste do país, o efetivo de bovinos cresceu, fazendo o Brasil atingir a marca recorde de 215,2 milhões de cabeças.
– Nos últimos anos, observamos um deslocamento da produção de bovinos para o Norte do país, por conta dos baixos preços das terras, disponibilidade hídrica, clima favorável e abertura de grandes plantas frigoríficas – analisa Maxwell Almeida, gerente de pecuária do IBGE.
O pesquisador destaca, ainda, a tendência da pecuária nas regiões Sul e Sudeste se intensificar, ou seja, mais animais por hectare:
– A taxa de lotação de bovinos por hectare está aumentando.
Enquanto a estagnação do rebanho bovino no Estado é explicada pela mudança no uso da terra, na avicultura e suinocultura a redução do volume efetivo de animais tem a ver com a migração da criação de animais para mais próximo da produção de grãos.
– Quando uma indústria planeja um investimento, inevitavelmente é avaliada a distância do milho. O déficit do cereal pode ter inibido investimentos no Rio Grande do Sul – destaca Ricardo Santin, vice-presidente de mercado da Associação Brasileira de Produção Animal (ABPA).
Para o dirigente, é preciso incentivar políticas, como o aumento da produção de milho, que permitam ao Rio Grande do Sul acompanhar o crescimento nacional – atraindo, assim, mais investimentos do setor.
Fonte: Zero Hora