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Reação do milho eleva custo de suínos e aves
25/10/2017
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A reação no preço do milho fez com que o custo de produção de aves e suínos registrasse alta expressiva em setembro. Conforme levantamento da Embrapa Suínos e Aves, a tonelada do grão — que compõe 65% da nutrição animal — sofreu um aumento de 14% no mês passado. Com isso, o IPCFrango subiu 2,5% e o IPCSuíno 4,56%. Ainda assim, o resultado acumulado no ano é de recuo, de 15,91% nos frangos e de 13,89% nos suínos.
Segundo o analista Ari Jarbas Sandi, da área de socioeconomia da Embrapa Suínos e Aves, o levantamento contraria as projeções do início do ano, quando o setor apostava que sobraria milho no mercado interno e que o período da entressafra, até fevereiro do próximo ano, seria tranquilo com relação à oferta.
Um dos motivos apontados por Sandi para a mudança de expectativa é o grande volume de milho exportado em julho, tendo como destino principal o mercado oriental. O cenário é bem diferente da valorização que o milho registrou em 2016, quando o câmbio estava mais favorável à exportação, mas ainda exige atenção à sua evolução. “Pode ser que o custo de produção do suíno venha a bater na casa dos R$ 3,50 (o quilo) daqui a três meses”, adverte Sandi. Em Santa Catarina, o custo passou de R$ 3,18 em agosto para R$ 3,33 em setembro. Já o custo de produção do frango de corte passou de R$ 2,25 para R$ 2,30.
Em Passo Fundo, a saca de milho valia R$ 26 no início de setembro, no mercado disponível. Nos últimos dias, foi comercializada a R$ 29, segundo a AG Rural. “Há dois meses, os produtores não estavam vendendo, os preços estavam muito baixos”, recorda o analista de mercado Adriano Gomes. “Os compradores do mercado interno ofereceram mais e alguns produtores aproveitaram para negociar”, observa. De acordo com Gomes, diante da melhora dos preços do milho, algumas tradings têm cancelado contratos de exportação, optando por vender o grão ao mercado interno.
Logística deve melhorar
Um grupo de trabalho criado ontem, em São Paulo, por entidades do setor, vai elaborar propostas para aprimorar a logística de distribuição de insumos nas regiões produtoras de aves e suínos. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Francisco Turra, a estimativa é de que o país tenha um estoque de passagem de 20 milhões de toneladas até a colheita da safra, o que é suficiente para atender à demanda do setor. Turra afirma que a recente alta do preço do milho não chega a preocupar, já que é importante para o setor que o produtor se sinta estimulado a plantar para garantir a oferta.
Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem: Rodrigo Assman / Gazeta do Sul / CP Memória