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Quebra na safra gaúcha de verão já supera 41%
09/06/2022

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Quebra na safra gaúcha de verão já supera 41%

A cada nova atualização mensal da safra de verão divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), maior é a previsão de quebra nas lavouras gaúchas. Nesta quarta-feira (8), a companhia divulgou levantamento que prevê uma queda de 41,1% nas culturas do verão 2021/2022, perda maior do que as divulgadas em maio (39,6%) e em abril (38,5%).

Agora, a produção total de verão é estimada em 19,644 milhões de toneladas de grãos - bem inferior à colheita recorde de 2020/2021, que foi de 33,54 milhões de toneladas. O fenômeno La Niña, ainda ativo desde a primavera de 2021 no Oceano Pacífico, gerou seca e estiagem no Rio Grande do Sul em novembro, dezembro, janeiro e fevereiro, atingindo principalmente a produção de soja e milho no Estado.

Mais da metade da lavoura de soja foi perdida. A estimativa de maio da Conab prevê quebra de 56,2% com produção de 9,11 milhões de toneladas do grão - nem perto das mais de 20 milhões de toneladas de soja colhidas durante a safra 2020/2021. Apesar do avanço de 5% na área plantada, que aumentou de 6,06 milhões para 6,36 milhões de hectares, a seca derrubou em 58,2% a produtividade, que ficou em 1,43 tonelada por hectare.

Outro grande afetado foi o milho. A seca devastou quase um terço (32%) da safra de milho. A perspectiva de produção em 2021/2022 foi atualizada para 2,98 milhões de toneladas, ante as 4,39 milhões de toneladas colhidas na última safra. A produtividade também caiu bastante (-33,9), estando em 3,62 toneladas por hectare.

O arroz, mesmo sendo beneficiado pela predominância do sol e cujo cultivo é realizado com irrigação, também sofreu com o forte calor do verão. A safra deste ano - calculada em 7,48 milhões de toneladas - deve ser quase 10% menor do que a colheita feita no ano passado - 8,28 milhões de toneladas. A produtividade variou negativamente em 10,7%.
Mesmo com a queda, o Rio Grande do Sul permanece sendo o maior produtor nacional de arroz, sendo responsável por 70% da safra brasileira.

A única cultura de verão que não sofreu redução de produção foi o feijão 2ª safra, que registrou aumento de 4,8%, passando de 27,7 mil para 29 mil toneladas entre a última safra e a atual. Porém, a primeira e maior safra de feijão registrou queda de mais de 25%, caindo de 57,2 mil para 42,7 mil toneladas entre 2020/2021 e 2021/2022.

Com o resultado, o Estado fica com uma participação de 7,8% da produção de grãos de verão do País. O Brasil deve fechar a safra 2021/2022 com uma produção de 253,2 milhões de toneladas de soja, milho, arroz e feijão.

Brasil caminha para colheita recorde de mais de 271 milhões de toneladas

A safra brasileira de grãos 2021/2022 se encaminha para a conclusão e a expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de um novo recorde, com uma produção estimada em 271,3 milhões de toneladas. O volume representa um incremento de 6,2% sobre a temporada anterior, o que significa cerca de 15,8 milhões de toneladas, como aponta o 9º Levantamento da Safra de Grãos divulgado nesta quarta-feira (8) pela estatal.

“A estimativa inicial da Companhia era de uma safra ainda maior quando, no primeiro levantamento, era esperada uma produção de 288,6 milhões de toneladas. Mesmo com a redução na expectativa em 6,4%, os agricultores brasileiros serão responsáveis pela maior safra da série histórica. O bom desempenho ocorre mesmo em um ano em que as culturas de primeira safra, principalmente soja e milho, foram afetadas pelas condições climáticas adversas registradas na região Sul do País e em parte do Mato Grosso do Sul”, destaca o presidente da companhia, Guilherme Ribeiro.

Na atual temporada, destaque para a recuperação de 32,3% na produção de milho. Com uma produção estável na 1ª safra do cereal, próximo a 24,8 milhões de toneladas, a 2ª safra do grão tende a registrar uma elevação de aproximadamente 45% se comparada com o ciclo anterior, passando de 60,7 milhões de toneladas para 88 milhões de toneladas.

“No entanto, ainda precisamos acompanhar o desenvolvimento das lavouras, principalmente nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. Nesses locais, a cultura se encontra em estágios de desenvolvimento em que o clima exerce grande influência no resultado final. Considerando a segunda safra, cerca de 25,5% do milho do país ainda está sob influência do clima”, explica o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen. Mato Grosso é o estado com a maior área colhida registrada.

“As primeiras lavouras têm apresentado bons rendimentos, pois foram semeadas em período ideal. Já a onda de frio, ocorrida em maio, formou geadas de maneira pontual no Paraná, Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais, o que não afetou a produtividade total. O desempenho das lavouras, inclusive, melhorou nos estados paranaense e sul-mato-grossense, devido ao bom regime hídrico”, pondera De Zen.

Assim como no caso do milho, o clima frio não trouxe grande impacto na produção total para o algodão. Só para a pluma, é esperada uma colheita de 2,81 milhões de toneladas, aumento de 19,3% quando comparado com o ciclo 2020/21. Já para o feijão, as baixas temperaturas impactaram as produtividades das lavouras de 2ª safra da leguminosa. Destaque para a influência na variedade cores e preto, com redução na produtividade de 31,8% e 19,7% respectivamente.

“Com as condições climáticas desuniformes entre os estados produtores de feijão, variando entre estiagem e excesso de chuvas, a qualidade do grão a ser colhido na 2ª safra pode ter a qualidade comprometida”, esclarece o gerente de Acompanhamento de Safras, Rafael Fogaça.

Soja e arroz estão com a colheita praticamente finalizada. Para a oleaginosa, a Conab estima 124,3 milhões de toneladas produzidas, redução de 10,1% em relação à safra anterior, enquanto que o arroz deve atingir uma produção de 10,6 milhões de toneladas, volume 9,9% inferior ao produzido no ciclo anterior.

Fonte: Jornal do Comércio
Créditos da Imagem: GUSTAVO MANSUR/PALÁCIO PIRATINI/JC