Notícias
Quebra da safrinha amplia preocupação com o milho
28/07/2021
voltar
Cultivada no Paraná e estados do Centro-Oeste e Sudeste, a segunda safra de milho do Brasil apresenta problemas em função do clima naquelas regiões e deve chegar a um resultado final bem abaixo do esperado, com reflexos para toda a cadeia produtiva de aves e suínos, inclusive no Rio Grande do Sul. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as lavouras apresentam perdas tanto em função do estresse hídrico quanto pelas geadas recentes.
Segundo a consultoria AG Rural, a última estimativa para a produção da segunda safra de milho no Centro-Sul é de 54,6 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 23% em relação ao ano de 2020. No entanto, conforme a analista de mercado Alaíde Ziemmer, a tendência é de que o número seja revisado para baixo em breve, já que o clima continuou adverso desde o levantamento mais recente, especialmente no Paraná e Mato Grosso do Sul. “Além de produção, temos de pensar na qualidade desse milho, já que a geada acaba trazendo alguns problemas”, observa.
A colheita também encontra-se atrasada, segundo a Conab. Até 17 de julho, o porcentual era de 30%, considerando-se todos os estados em que o milho safrinha é cultivado. Em 2020, na mesma época, o índice já estava em 43,6%. A preocupação com o clima tem impulsionado a cotação do cereal. Na segunda-feira, o indicador Esalq/BM&FBovespa registrou o preço de R$ 100,63 pela saca. O valor estava abaixo de R$ 100,00 desde o dia 31 de maio.
A colheita do milho safrinha era vista como esperança para criadores e frigoríficos de aves e suínos, que têm no cereal um dos principais componentes da ração animal. Frente à valorização do grão, o segmento vive um momento de alta nos custos.
Com a quebra na safra, uma das alternativas encontradas é a compra no exterior. Segundo a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), somente a JBS foi responsável por importar 30 navios carregados de milho. Os valores da saca chegam a até R$ 20,00 a menos do que o preço praticado no mercado interno.
Para o presidente executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, a importação da JBS pode marcar o início de uma série de aquisições volumosas, trazendo mais flexibilidade para a negociação. “Em breve, teremos os cereais de inverno, como o trigo e o triticale, que serão usados para a ração animal, alternativa que também vai complementar a estrutura do mercado do milho”, avalia.
Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV