A Emater apresenta nesta terça-feira (7) seu primeiro levantamento desta safra de inverno para o Rio Grande do Sul. Entre as culturas da estação do frio, a que ocupa maior espaço – e sobre a qual recai a maior expectativa – é a do trigo. Fatores conjunturais alimentam a perspectiva de uma expansão expressiva no espaço dedicado às lavouras do cereal. Da mesma forma, há ingredientes que poderão segurar esse avanço maior.

Puxando o crescimento estão a cotação do cereal e a chance de tentar recuperar parte do prejuízo com a colheita de verão. O valor médio da tonelada do trigo no RS subiu 33% de janeiro para cá. E reflete um aumento global frente às incertezas trazidas pela guerra Rússia-Ucrânia, maior e quarto maior exportador mundial desse item.

No terreno das preocupações vem o clima – os dias chuvosos registrados têm atrapalhado este que é um dos períodos preferenciais de plantio. E há a falta de recursos para crédito rural, com juro controlado.

– Esses dois fatores podem ser limitadores da expansão de área. O produtor está de olho no cenário de oportunidade, mas preocupado porque tem um zoneamento agrícola de risco climático. Estamos tendo um excesso que por si só pode atrasar plantio – pontua Hamilton Jardim, coordenador da Comissão de Trigo da Federação da Agricultura do RS (Farsul).

Nos levantamentos já apresentados, o percentual de crescimento da área de trigo ficou entre 9,7% (dado da Companhia Nacional de Abastecimento) e 16,3% (levantamento da Rede Técnica de Cooperativas). Jardim estima que possa chegar a 1,45 mil hectares, alta de 18% sobre 2021.

Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Alderi Bertuzzi / Agencia RBS