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Proteína animal na mesa natalina
12/12/2023

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Os encontros familiares de Natal e Ano novo trazem respiro para a indústria de processamento de carnes, que neste encerramento de 2023 pretende vender cerca de R$1,2 bilhão apenas em aves

Depois de um ano em que a busca por competitividade não saiu da pauta do setor produtivo de proteína animal, a proximidade das festas de fim de ano abre uma janela de vendas e lançamento de cortes de carnes de aves, bovinos e suínos. A união de famílias nas celebrações religiosas e gastronômicas deve alavancar o consumo no período, também temperado pela injeção do 13º salário na economia. Carro-chefe de parte das ceias de Natal, o peru e outras aves natalinas tiveram reforço na produção no Rio Grande do Sul, o que deve resultar em incremento de 3% na oferta em relação ao ano passado, com volume de 60,4 mil toneladas. As projeções do segmento avícola indicam faturamento de cerca de R$ 1,2 bilhão com aves natalinas, o que deve garantir alta de aproximadamente 13% em relação ao mesmo período do ano passado.

Afetada por condições de mercado que reduziram o preço das carnes em escala global, com deflação ao redor de 11% até setembro, no acumulado de 12 meses do IPCA, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a indústria já colocou seus lançamentos nas gôndolas dos supermercados. Cada vez mais, o foco é oferecer praticidade e variedade, buscando reposição parcial dos preços.

A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), entidade que integra a Organização Avícola do Rio Grande do Sul, estima que a maior produção de perus e aves natalinas deve ser alcançada mesmo com reajuste de preços feitos pelas indústrias, que variam de 9,5% a 13%, em média. Tradicional no cardápio natalino, o peru deve ser comercializado por cerca de R$ 25 o quilo, enquanto outras aves ficarão ao redor de R$ 13,50 o quilo.

Conforme o presidente executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, o aumento de produção e de preços segue a dinâmica econômica do Estado e do país, com parcial adequação de preços, considerando o impacto dos custos e outras dificuldades.

Este ano, o segmento precisou ser vigilante para garantir biosseguridade e evitar a entrada da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em granjas comerciais do país, único entre os grandes produtores a não ter registro na produção industrial e reconhecido como livre da enfermidade pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
As aves natalinas têm custo de produção mais alto, pois precisam de manejo produtivo diferenciado, têm maior consumo de rações e são oferecidas ao consumidor com embalagens especiais e adição de temperos.

Entre as gigantes do setor de proteína animal, a BRF anunciou 31 produtos em seu portfólio de comemorativos. Dona das marcas Sadia e Perdigão e uma das líderes de mercado, a companhia propaga uma visão otimista para o cenário econômico e de vendas no período festivo. A empresa afirma ter a maior operação de kits de congelados de Natal do mundo e incluiu cinco novos itens na sua estratégia comercial.

Como novidades, a empresa apresenta pernil recheado com linguiça defumada, em versão para preparar na airfryer, para servir até cinco porções. A receita de costela suína com molho barbecue é indicada para assar na churrasqueira e servir três três porções. Para ceias menores, a torta tender com cream cheese e alho poró fica pronta em 45 minutos. Outra novidade é o cupim cozido, que conta com a especialidade da Marfrig e insere a carne bovina no portfólio da BRF. A marca Perdigão terá o Chester, que domina 53% do mercado de aves especiais e 47% do volume de comemorativos da companhia.

Pesquisa da BRF indica que 62% dos brasileiros consideram testar novidades para as confraternizações. “Até mesmo os consumidores mais tradicionais têm mesclado itens comemorativos com outros pratos, a exemplo de massas e linguiças”, afirma o vice-presidente de marketing e novos negócios da BRF, Marcel Sacco. A empresa acredita que as vendas de fim de ano serão positivas. Considerando tendência de inflação menor para o ano, a multinacional projeta alta de 9% do consumo no segundo semestre em relação ao mesmo período do ano passado. Também entram na avaliação a perspectiva de aumento de 3,5% na renda per capita em comparação ao último trimestre de 2022 e a menor taxa de desemprego em oito anos.

Além da produção que já está nas gôndolas e freezers dos supermercados, a BRF aposta na venda de kits natalinos para pequenas, médias e grandes empresas para ganhar mercado com rentabilidade. Somente essa operação envolve fábricas e 20 centros de distribuição próprios para levar esses kits a 5,3 mil municípios brasileiros em um sistema logístico multimodal que deve chegar ao final do ano com 2,9 milhões de quilômetros percorridos.

Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV