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Projeções apontam uma inflação mais pressionada neste ano
07/06/2021

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Projeções apontam uma inflação mais pressionada neste ano

Nossas projeções para o IPCA de maio (a ser divulgado em 09/jun) são de 0,72% em termos mensais, o que resulta uma aceleração da taxa acumulada em 12 meses para 7,94%, o maior patamar desde 2016.

A inflação de preços administrados também deve superar os patamares de 2016: 13,05% no acumulado em 12 meses até maio. Esse deve ser o principal grupo a acelerar em termos mensais, 2,08%, por conta de combustíveis e energia elétrica (mudança de bandeira tarifária).

Bens industriais também devem seguir a tendência de alta e subir 1,09%, que deve fazer com que a taxa acumulada em 12 meses alcance 8,05%, maior valor desde 2005, indicando que ainda não há sinais de arrefecimento para bens industriais.

Os preços de serviços, por sua vez, devem cair 0,29%, decorrente da deflação em passagens aéreas, aluguéis residenciais e seguro de veículos. Já a inflação de alimentos deve avançar 0,26%, em linha com a trajetória de desaceleração desse grupo no curto prazo.

Para 2021, os principais vetores que levam a uma piora do quadro inflacionário nos próximos meses, além da recuperação mais forte da atividade econômica, são relacionados à persistência de choques sobre os preços de commodities (agrícolas, metálicas e energéticas) e sobre os preços nas cadeias de abastecimento.

Desses elementos, o choque nos preços de commodities agrícolas terá impacto direto sobre a projeção de inflação de alimentos, deve subir 8,1% no ano, enquanto o choque nos preços de commodities metálicas em conjunto com os gargalos da indústria pressionam a inflação de bens industriais (+5,90%).

O fator de atividade econômica, além ter um impacto importante sobre alimentos e industriais por conta dos choques mencionados, também terá um efeito via serviços, que deve ser repassado indiretamente através do choque de alimentos sobre a inflação de alimentação fora do domicílio.

Finalmente, os riscos preponderantes sobre preços administrados são resumidos sobre o cenário recente de combustíveis (petróleo em alta) e energia (baixos níveis dos reservatórios): espera-se alta de 7,94% nesse grupo. Assim, a nossa projeção para o IPCA no final de 2021 está em 5,83%.

Fonte: FIERGS