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Prevenção da gripe aviária mobiliza indústria
01/06/2022
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Entidades reforçam ações para orientar produtores e manter o status de livre da doença, diante do aumento de casos em outros países
O alastramento da gripe aviária no Hemisfério Norte acendeu o sinal de alerta na avicultura brasileira. Atentas à escalada mortal da epizootia principalmente nos Estados Unidos e em países da União Europeia, entidades do setor de proteína animal vêm intensificando as medidas preventivas e ações de conscientização de produtores. O objetivo é manter o status de livre da doença para o Brasil, evitando prejuízos às granjas e potenciais restrições à exportação de carnes.
Em nível nacional, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) realiza uma campanha para reforçar os cuidados sanitários nas propriedades avícolas. A mobilização inclui cursos online para os produtores, orientações nas redes sociais e na comunicação interna das agroindústrias associadas. A ABPA também atualizou os protocolos de biosseguridade, que foram distribuídos às empresas e equipes técnicas e estão disponíveis no site da entidade.
Segundo a diretora técnica da ABPA, Sulivan Alves, que coordena a campanha, entre os cuidados recomendados aos produtores estão o isolamento das propriedades, para barrar a entrada de pessoas que não fazem parte do processo produtivo e o ingresso de animais silvestres, e higienização de mãos. “São coisas muito básicas que evitam não só a influenza aviária, mas também qualquer outra doença que possa ser trazida por pessoas ou animais”, destaca Sulivan.
No Rio Grande do Sul, a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) também vem alertando as regiões de alta produção avícola. “É uma ação de comunicação em rádios comunitárias e através de contato direto com os produtores por meio dos smartphones”, explica o presidente da entidade, José Eduardo dos Santos. Para o executivo, o avanço da doença em outros países é preocupante. “Vamos propiciar encontros com o serviço oficial e os responsáveis técnicos para que levem até os produtores uma necessidade de reforço nos procedimentos de biossegurança”, observa.
O presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Rogério Kerber, diz que a ameaça do vírus H5N1 não é nova. “Toda a avicultura nacional está tendo um cuidado muito grande, orientando e fazendo alertas permanentemente”, assegura. Em caso de detecção de algum surto, afirma Kerber, o Rio Grande do Sul está preparado para respostas rápidas. “O serviço veterinário oficial está em condições de, em no máximo 12 horas, coletar o material e encaminhar para o laboratório correspondente e, havendo uma suspeita fundamentada, pode fazer a interdição do estabelecimento”, observa.
Causada pelo vírus influenza tipo A (H5N1), a gripe aviária ressurgiu com força nos Estados Unidos, onde não era registrada desde 2016. De janeiro até 27 de maio deste ano, foram registrados mais de 37,96 milhões de casos em aves de produção comercial, aves de criação doméstica e aves selvagens aquáticas em 35 estados norte-americanos, de acordo com o site dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do país. No mesmo período, também foram identificados 1.295 casos em pássaros selvagens em 40 estados. No início de maio, foi anunciado o primeiro caso de contaminação humana, em um paciente no Colorado.
Na Europa, o mais recente relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) relatou 2.653 detecções de vírus de gripe aviária altamente patogênica em granjas comerciais, aves selvagens e aves cativas em 33 países da União Europeia e no Reino Unido, no período de 9 de dezembro de 2021 a 15 de março deste ano. O maior número de surtos (609) foi registrado na França.
Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV