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Pressionado, governo decide reavaliar frete
07/06/2018

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Pressionado, governo decide reavaliar frete

Pressionado por produtores rurais, o governo decidiu rever os valores da tabela com preços mínimos para o frete. Instituída por medida provisória para atender aos pedidos dos caminhoneiros e acabar com os bloqueios de estradas que duraram 11 dias, a tabela é criticada por representantes do agronegócio. O argumento é que a medida elevou os custos do setor em mais de 100%.

A tabela entrou em vigor em 30 de maio. Antes, não havia um preço mínimo, e as negociações eram feitas caso a caso. Os valores foram estabelecidos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). "Em breve, a ANTT publicará ajustes na tabela, com dados mais detalhados, que irão esclarecer as possíveis dúvidas. Para discutir esse assunto amplamente com a sociedade, a agência vai abrir processo de consulta pública", informou o órgão, em nota.

A tabela tem caráter obrigatório para o mercado de fretes do País e está dividida em carga geral, a granel, frigorificada, perigosa e neogranel. A previsão era que os números publicados pela ANTT seriam válidos até o dia 20 de janeiro de 2019. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que é necessário rever os valores da tabela porque, em alguns casos, o preço do frete mais que dobrou.

"Ao fazer as contas, esse negócio ficou fora de qualquer padrão de controle, subindo até duas vezes, duas vezes e meia, o mesmo frete que estava sendo trabalhado antes da greve. Procuramos a ANTT para entender qual o critério para essas contas, e eles chegaram à conclusão que precisavam apurar mais isso", disse o ministro, em entrevista no Palácio do Planalto.

Para Maggi, a tabela virou um "preço máximo" e fora dos padrões do que a agricultura pode pagar. "Não há possibilidade de ter um frete tão caro assim. Quem vai pagar a conta é o consumidor, com inflação violenta que vai vir pela frente. Sempre achei que não deveria existir tabela, mas, já que veio tabela, que contemple os dois lados", disse Maggi.

O ministro afirmou que a revisão na tabela não fere o acordo com os caminhoneiros para acabar com a paralisação. "Ninguém está querendo fugir do acordo que o presidente fez. Agora, que ele seja justo para todos os lados. O que precisa fazer são as contas. Ninguém vai romper nada."

A área técnica da ANTT e diretores da agência têm se reunido, desde a semana passada, para reavaliar os valores do frete, após a reclamação de diversos setores. A expectativa é que uma nova tabela seja publicada ainda nesta semana, com valores bem abaixo com os que foram definidos durante a greve. O assunto é tratado como prioritário pela agência.

Fonte: Jornal do Comércio
Créditos da Imagem: Nelson Almeida/AFP/JC