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Notícias
Preço do ovo dispara no RS: alta de 78% em dois meses e meio
21/02/2025
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O preço da dúzia de ovos branco vem escalonando nos últimos dois meses e meio. Apesar de algumas retrações pontuais, a alta no preço da proteína saltou 78,37% na Central de Abastecimento no Rio Grande do Sul (Ceasa/RS). O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, detalha que os consumidores devem se deparar com valores menos robustos para o orçamento doméstico daqui dois ou três meses. O Estado é o quinto maior produtor do país, atrás de São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Minas Gerais.
A alta acumulada, entre 26 de novembro do ano passado e 18 de fevereiro deste ano, chama a atenção. Especificamente sobre a variação dos preços da dúzia de ovos em 2025 estão em ascensão desde 28 de janeiro: passou de R$ 6,00 para R$ 8,33, conforme levantamento publicado no Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, realizado junto a Ceasa/RS.
Santos recorda que as enchentes no Rio Grande do Sul no ano passado afetaram altamente as estruturas dos aviários nas regiões produtoras gaúchas, a exemplo do Vale do Taquari, além dos animais que foram levados pelas águas.
“Isso tudo mexeu com o setor, fora as condições de logísticas de abastecimento, muitos aviários ficaram sem ração e estradas e pontes foram destruídas prejudicando o escoamento da produção”, detalhou.
Na sequência dos problemas, o presidente da Asgav apontou a identificação de um foco da doença de Newcastle, em julho do ano passado, em uma granja de criação comercial de aves para corte no município gaúcho de Anta Gorda.
“A enfermidade afetou uma propriedade no Vale do Taquari, mas gerou embargos para a exportação, para todo o setor no Rio Grande do Sul, e estamos sofrendo até hoje com a China e o Chile que ainda não importam produtos avícolas do Estado”, pontuou.
Em razão de todos esses acontecimentos, Santos explica que o produtor ficou cauteloso.
“Dito isso, pulamos para 2025. As altas temperaturas que tivemos nas últimas quatro semanas, e que retornarão novamente, afetam o sistema produtivo. As aves diminuem o peso, se alimentam menos, têm um estresse calórico. Isso faz com que tenhamos dificuldades de ter uma produção dentro do normal”, esclarece.
O presidente da Asgav acrescenta que a alta nos preços é um fenômeno que atingiu o Brasil todo mas que o Rio Grande do Sul tem seus próprios agravantes. Entre eles, a estiagem e seus efeitos na lavoura de milho para a alimentação das aves e o atraso na logística. Mas garante que há produção para atender o mercado interno e tranquiliza a população.
Sobre os Estados Unidos, que está sofrendo com o sacrifício de quase 14 milhões de aves por conta da gripe aviária, Santos fez a seguinte manifestação:
“Ainda não sentimos se terá uma demanda de ovos, hoje é mais o efeito da informação, vamos observar o mercado.”
Cenário
Além do Rio Grande do Sul, o centro do país também terá que aguardar cerca de dois ou três meses para os ajustes nos preços. Nos estados que compõem a região o valor da dúzia de ovos está ainda mais elevado, o que levou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) a emitir um comunicado. No documento, esclarece que a elevação dos preços é uma situação sazonal e comum no período pré e durante a quaresma.
Conforme divulgado pela ABPA, a alta nos preços deve-se a uma demanda natural da época, quando os consumidores costumam substituir o consumo de carnes vermelhas por proteínas brancas e ovos. Além disso, a entidade destacou o avanço dos custos de produção, que ampliaram 30% nos últimos oito meses no preço do milho e outros 100% nos insumos de embalagens.
Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem:ABPA