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Por que o ovo virou a proteína da vez
31/03/2020
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Se no ano passado foram as carnes que se valorizaram diante de fatores como exportações em alta, neste início de ano é outra proteína que ganha protagonismo. A corrida aos supermercados que se seguiu após a chegada do coronavírus ao Brasil acabou produzindo alguns efeitos imediatos sobre demanda de produtos, sendo o ovo um deles. Diante da conjuntura, o produto ficou mais caro. Não há indicador geral, mas levantamentos de órgãos e entidades confirmam de atacado e varejo confirmam a elevação.
Na Centrais de Abastecimento do Estado (Ceasa), em Porto Alegre, a dúzia do ovo branco, que é o de maior procura, registrou preço médio de R$ 4,28 em março, avanço de 10,88% sobre o mês anterior e de 42,6% sobre igual mês do ano passado.
No varejo, os valores também aumentaram. Levantamento da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) mostra que a dúzia de ovos de granja ficou mais cara na segunda e na terceira semana de março,chegando a estar a R$ 6,15. No dado mais recente fechou a R$ 6,06, mas ainda acima dos R$ 5,88 registrados no mês de fevereiro.
Diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin diz que embora não haja um indicador geral, as indústrias do setor têm relatado aumento substancial na procura por ovo, que tem preços mais acessíveis do que as carnes, por exemplo.
— O que está acontecendo é que as pessoas estão comprando mais do que compravam.
Ele diz que a entidade tem reforçado às empresas para que não aumentem preços. Mas lembra que custos de produção, em trajetória de alta, não podem ser ignorados. Diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura, José Eduardo dos Santos, lembra que o quadro de estiagem traz escassez de oferta dois dos principais insumos, milho e soja, usados na alimentação dos animais. Isso se reflete em gastos maiores com a produção.
— Aí veio uma busca desenfreada pelo produto. Foi um encontro de acontecimentos. Mas não faltará produto. E a tendência é de, ali na frente, voltar a um preço de equilíbrio — garante o diretor-executivo.
O Brasil teve em 2019 produção de 49 bilhões de unidades de ovos, sendo 99% destinada ao mercado interno. Quinto maior produtor nacional, o Rio Grande do Sul teve volume de 3,2 bilhões de unidades. O Estado tem consumo per capita de 253 unidades por habitante ao ano, acima da média brasileira, que é de 230 unidades.
Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Carlos Macedo / Agência RBS