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Por que o frango brasileiro ainda enfrenta barreiras no mercado global? Entenda
25/07/2025

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Mesmo sendo o maior exportador mundial de carne de frango, o Brasil viu seu mercado internacional balançar depois que um caso de influenza aviária de alta patogenicidade foi detectado em maio de 2025, numa granja comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul. Desde então, o status sanitário do país virou pauta internacional, e a situação, embora controlada, ainda exige atenção.

Um caso, muitos reflexos
O registro do primeiro foco em granja comercial, no dia 16 de maio, fez soar o alarme em dezenas de países compradores. China, União Europeia, Chile, México e vários outros suspenderam imediatamente as importações de frango brasileiro, seja em escala nacional, por estado ou por zonas específicas.

A reação rápida do Brasil, com o abate sanitário das aves, isolamento da área afetada e vigilância reforçada, evitou que o vírus se espalhasse. Ainda assim, as exportações sentiram o impacto: queda de até 23% nos embarques de junho, segundo dados oficiais.

Balanço rápido: quem compra, quem ainda restringe?
Com a situação sanitária sob controle e o Brasil declarado livre da doença no fim de junho, a maioria dos mercados voltou ao normal. No entanto, alguns países ainda impõem restrições. Veja como está o cenário mais recente:

Sem restrição às exportações:

Esses países seguem comprando normalmente carne de frango do Brasil: África do Sul, Albânia, Argélia, Argentina, Bahrein, Bolívia, Bósnia e Herzegovina, Cuba, Egito, El Salvador, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Hong Kong, Índia, Iraque, Jordânia, Kuwait, Lesoto, Líbia, Marrocos, Mauritânia, México, Mianmar, Montenegro, Paraguai, Peru, República Dominicana, Reino Unido, Singapura, Sri Lanka, Turquia, Uruguai, Vanuatu e Vietnã.

Com suspensão total das exportações do Brasil:

Esses mercados barraram completamente as importações brasileiras de carne de frango: Canadá, Chile, China, Macedônia do Norte, Malásia, Paquistão, Timor-Leste e União Europeia.

Com suspensão restrita ao estado do Rio Grande do Sul:

Aceitam carne de outras regiões do Brasil, mas vetam a que venha do estado gaúcho: Angola, Arábia Saudita, Armênia, Bielorrússia, Cazaquistão, Coreia do Sul, Namíbia, Omã, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e Ucrânia.

Com suspensão limitada a zonas ou municípios:

Catar: suspendeu apenas o município de Montenegro (RS).

Japão: embargou produtos de Montenegro (RS), Campinápolis (MT) e Santo Antônio da Barra (GO).

Maurício, Nova Caledônia, São Cristóvão e Nevis, Suriname e Uzbequistão: reconhecem o princípio da regionalização, com restrição apenas à zona afetada.

E a China?
O gigante asiático, maior comprador individual do frango brasileiro, ainda mantém o embargo nacional, mas já deu sinais de que pode flexibilizar em breve, conforme negociações bilaterais avançam. O governo brasileiro trabalha com diplomacia ativa para demonstrar que o caso foi pontual e isolado.

O saldo até aqui
Com boa parte dos mercados reabertos e a doença contida, a cadeia da avicultura começa a retomar a normalidade. Ainda assim, restrições importantes seguem em vigor, e o episódio reforça como um único caso pode alterar a geopolítica do comércio de proteína animal.


Fonte: Agrimídia

Créditos de Imagem: Agrimídia