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Plano Safra 2018/2019: Agro espera a queda dos juros
05/06/2018
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O governo federal lança o Plano Safra da Agricultura Empresarial para o ciclo 2018/2019 amanhã, em Brasília. As entidades do agronegócio esperam anúncio de redução de dois a três pontos percentuais nos juros, mas receiam que os cortes orçamentários feitos pela União para subsidiar a redução do diesel impactem negativamente no volume de recursos destinados a custeio e investimentos. As lideranças reivindicam valores superiores aos R$ 190,25 bilhões disponibilizados no ano passado.
O coordenador da Comissão de Crédito Rural da Farsul, Elmar Konrad, diz que a queda da taxa Selic, que passou de 14,25%, em 2016, para os atuais 6,5% ao ano, é usada pelo setor como principal argumento para pedir a diminuição dos juros do Plano Safra, que atualmente variam de 7,5% a 10,5% ao ano. Konrad também defende o aumento da oferta de recursos na proporção que crescem os custos de produção e espera que o governo anuncie valores mais altos para subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Em 2017, o governo disponibilizou R$ 371,4 milhões ao PSR. Neste ano, R$ 384 milhões. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sustenta que o aporte ao seguro rural tem que ser de, no mínimo, R$ 1,2 bilhão para que se consiga aprimorar a gestão de riscos agropecuários no país. “Por conta de toda a instabilidade que estamos presenciando no Brasil, estou pessimista em relação ao Plano Safra que vem aí”, admite Konrad.
O presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro), Paulo Pires, diz que, além de reduzir os juros, o governo deve seguir priorizando o Programa de Construção de Armazéns (PCA) para produtores rurais e cooperativas.
O presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Estado (Acergs), Vicente Barbiero, espera que o plano volte a prever crédito para as cerealistas investirem em armazenagem. No ano passado, o governo chegou a garantir R$ 300 milhões para a linha, que, no entanto, acabou não saindo do papel.
Pequenos dependem de ajustes
O lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar ainda não tem data marcada, mas o deputado federal Heitor Schuch revela que alguns pontos foram antecipados pelo secretário Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), Jefferson Coriteac, em uma reunião com parlamentares, há 15 dias. Segundo Schuch, o governo está disposto a reduzir os juros do Pronaf dos atuais 5,5% para 4,6%, mas mantendo a taxa atual, de 2,5% para os produtores menores. “O correto seria aplicar a redução na mesma proporção, em todas as opções, de forma igual”, considera Schuch.
Outro item que o governo estuda anunciar é um projeto para incentivar a venda de produtos da agricultura familiar para supermercados, a exemplo do que já ocorre com a merenda escolar.
O governo deve lançar também o Pronaf Habitação, para famílias que hoje não conseguem se enquadrar no Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR). O juro para esta linha seria de 7,5% ao ano, considerado muito alto pelo parlamentar. “Pedimos que o governo, antes de apresentar qualquer coisa, debata mais com o Ministério da Fazenda e anuncie o melhor plano possível aos agricultores”, acrescenta Schuch.
Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem: Pixabay