O Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (ICEI/RS), divulgado mensalmente pela FIERGS, caiu 8,7 pontos em março relativamente a fevereiro, atingindo 54,1 pontos. É a segunda maior queda já apurada desde 2010, perdendo apenas para abril de 2020 (-28,3 pontos), quando da primeira onda da pandemia no país e superando junho de 2018 (-6,2 pontos), quando da crise dos caminhoneiros. Apesar disso, o índice manteve-se acima dos 50 pontos, mostrando que ainda há confiança entre os empresários gaúchos do setor.

Todos os componentes do índice – condições atuais e expectativas – caíram com força no período. Na terceira queda seguida, o Índice de Condições Atuais atingiu 50,0 pontos em março, uma redução de 8,2 pontos em relação a fevereiro. Exatamente sob a marca divisória de 50 pontos, o índice mostra que, na média, os empresários não perceberam piora nem melhora nas condições dos negócios em março. Os dois subcomponentes do índice recuaram fortemente, mas o Índice de Condições das Empresas, de 60,0 para 53,1 pontos, manteve-se, acima de 50, ainda indicando melhora. Já o Índice de Condições Atuais da Economia Brasileira recuou de 54,8 para 43,7 pontos e voltou a sinalizar piora (abaixo de 50), o que não ocorria desde agosto de 2020 (42,4 pontos). O percentual de empresários gaúchos que percebiam melhora na economia brasileira caiu de 37,0% para 16,9% na passagem de fevereiro para março. Já a parcela que vê piora mais que dobrou: de 17,9% para38,8%.

As expectativas dos empresários gaúchos para os próximos seis meses também recuaram intensamente, mas mantiveram-se otimistas em março (índices acima de 50 pontos). O Índice de Expectativas recuou de 65,1 para 56,2 pontos, puxado pelo componente de expectativas da economia brasileira que caiu de 61,3 para 50,3 pontos. Praticamente sob os 50 pontos, o resultado demostra que a indústria gaúcha espera que a situação da economia permaneça a mesma nos próximos seis meses. Em fevereiro, 53,3% dos empresários mostravam confiança na economia, esse percentual caiu para 29,0% em março. Já a parcela de empresários que esperam piora praticamente triplicou: de 8,2% para 25,1%. As expectativas com o futuro das próprias empresas também ficaram bem menos otimistas: o índice caiu de 67,1 para 59,2 pontos.

Os resultados do ICEI/RS de março mostram a avaliação negativa dos empresários gaúchos acerca do impacto na economia brasileira do forte avanço dos casos de Covid-19 e a consequente volta das medidas de contenção da  doença. O quadro também conta com a indefinição do auxílio emergencial e a falta e o aumento intenso dos preços de insumos e matérias-primas.

Nesse sentido, o panorama descrito pelos empresários gaúchos coloca em risco a trajetória de recuperação da indústria em curso, que dependerá, sobretudo, da evolução da doença e da vacinação.

Fonte: Fiergs.

Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV.