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Os Preços do Milho e e Impacto no Ânimo do Produtor
03/02/2017

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Enquanto indústrias e produtores buscam crédito para compra de milho, o mercado indica que o produtor precisará se acostumar aos novos patamares de preço do grão. Depois de um 2016 com o produto extremamente valorizado, a realidade agora é outra. E poderá afetar a próxima safra de verão.

– Preços abaixo de R$ 30 não estimulam o produtor. Um bom ponto de equilíbrio seria entre R$ 33 e R$ 35 a saca – entende Cláudio de Jesus, presidente da Associação dos Produtores de Milho do Estado (Apromilho).

Presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro-RS), Paulo Pires também avalia que a atual queda nos preços poderá fazer com que o agricultor não aposte na cultura na próxima safra, levando à redução de área. E diz ser necessário mecanismo de financiamento.

Segundo o Banco do Brasil (BB), existem linhas para produtores e cooperativas. Para a indústria, os financiamentos são com juro livre. Havendo demanda, porém, é possível buscar crédito a taxa controlada, explica João Paulo Comerlato, gerente de agronegócios da superintendência do BB no Estado.

Mas quando o assunto é preço, analistas avisam que é preciso virar a página de 2016. Agora, “o livro está ao contrário”, compara o consultor em agronegócio Carlos Cogo.

O Brasil poderá colher a maior safra da história. E entre produção e estoque, deverá somar quase 100 milhões de toneladas.

Como o consumo interno é de cerca de 56 milhões de toneladas, haveria excedente superior a 40 milhões de toneladas.

– E não tem como exportar tudo isso – afirma Cogo.

Para complicar a equação, os brasileiros precisarão enfrentar a concorrência do milho argentino no mercado internacional. Com tudo isso, a tendência é de que a saca do grão fique dentro da média histórica, que é de R$ 30 a saca (valor para mercado de lotes).

– Vamos trabalhar muito próximo disso. No Sul, estimamos entre R$ 28 e R$ 32 a saca – projeta o consultor.

As exportações de frango do primeiro mês do ano indicam que o Brasil já está ganhando espaço no vácuo deixado por países onde a influenza aviária foi registrada. Presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra afirma que mercados da Ásia, da Europa e do Oriente Médio intensificaram as compras, em movimento atípico para o período.

– Iêmen e Catar aumentaram significativamente o volume. E eles recebiam produtos de outros países – exemplifica Turra.

Em janeiro, o volume embarcado de carne de frango pelo Brasil somou 363,6 mil toneladas, alta de 14,8% sobre igual período do ano passado. Em receita, o crescimento é ainda maior: 34,1%, com US$ 604,9 milhões.

No início do mês passado, a ABPA determinou a suspensão das visitas a granjas e unidades onde haja animais vivos, como forma de manter o Brasil blindado contra a doença. Agora, empresas e entidade debatem com o Ministério da Agricultura a possibilidade abrir espaço para as missões estrangeiras. Seriam mantidas, no entanto, medidas rigorosas de controle, como a da quarentena – período de espera antes de o visitante ser autorizado a ir para locais onde existem animais. EFEITO POSITIVO

Fonte: Zero Hora