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Os países da Ásia que interessam ao agro brasileiro (e que não são a China)
23/09/2022

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Os países da Ásia que interessam ao agro brasileiro (e que não são a China)

Filipinas, Indonésia, Singapura e Malásia fazem parte de roteiro de missão brasileira que busca ampliar negócios com a região que já se destaca como destino de produtos do agro

Há um gigante em pleno despertar na Ásia que não atende pelo nome de China. Países que fazem parte da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean, na sigla em inglês) estão na mira dos negócios presentes e futuros do agro brasileiro. Neste momento, uma missão cumpre roteiro por quatro nações do grupo. E a escolha de Filipinas, Indonésia, Singapura e Malásia para a rota não é por acaso: tem relação com o potencial dos destinos.

— É um país superpopuloso, de economia liberal e, na pós-pandemia, tem crescido por volta de 7% ao ano. Com isso, está se formando uma classe média que pode aumentar a demanda por gêneros alimentícios — pontuou, sobre as Filipinas, Gedeão Pereira, vice-presidente de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O também presidente da Farsul faz parte de missão do Ministério das Relações Exteriores e da Apex-Brasil a países da Asean, que segue até o final da próxima semana.

— O bloco tem uma população de mais de 650 milhões de habitantes e com crescimento da classe média. É importante abrirmos e estarmos nesse mercado hoje, estamos correndo na frente — avalia Renan Hein dos Santos, analista de Relações Internacionais da Farsul.

Dados compilados por Santos a pedido da coluna mostram, por exemplo, que de 2010 para cá, a importação de carne de frango feita pelas Filipinas cresceu 268%. A da Malásia, 156%, e a de Singapura, 23%. No mesmo período de comparação, o volume externo comprado pela União Europeia caiu 6%.

No consumo interno, também mostram um apetite crescente pela proteína (entre outros itens), em contraposição ao ritmo do bloco europeu.

Sob a ótica das exportações feitas pelo agro brasileiro, também se percebe um avanço da participação dos países do bloco asiático como destino.

A taxa média anual de crescimento da receita com exportações do agro brasileiro, entre 2010 e 2021, ficou estagnada na UE (0%). Nos países da Asean, foi de 6%.

— Ainda são valores menores do que os da União Europeia, mas a Asean já representa uma fatia importante das exportações do agro do Brasil — destaca o analista.

No ano passado, o bloco europeu respondeu por 15% do total da receita das exportações do agro brasileiro. O grupo de países da Asean, 7,3%.

Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: CNA / Divulgação