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Oferta e preço de grãos preocupam indústria gaúcha de proteína animal
03/02/2021

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Oferta e preço de grãos preocupam indústria gaúcha de proteína animal

Sinalizada ainda no ano passado, a preocupação da indústria de proteína animal em relação ao abastecimento e a alta nos preços do milho e do farejo de soja utilizados na composição da ração de aves e suínos vem crescendo. Ontem, a Organização Avícola do Rio Grande do Sul (OARS) voltou a cobrar dos governos estadual e federal a adoção de medidas para aumentar a disponibilidade de grãos no mercado interno.

Em nota, a entidade relembrou a pauta encaminhada pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em dezembro passado ao Ministério da Agricultura no intuito de aliviar custos do setor, pressionado pela valorização dos grãos ao longo de 2020. Entre as demandas estão a suspensão temporária do PIS/COFINS sobre a importação de milho e soja, a flexibilização de regras para importação de milho transgênico, a criação de cadastro antecipado das contratações de exportação de milho e soja e criação de linhas de crédito para armazenagem.

Por causa da estiagem, a situação da disponibilidade de milho se agrava no Rio Grande do Sul, que em 2021 deverá ter colheita entre 3 milhões e 3,5 milhões de toneladas, quase metade do que costuma produzir em anos de normalidade. Mesmo quando tem safra cheia, o Estado não consegue atender toda a demanda e a indústria precisa buscar em torno de 1,5 milhão de toneladas do grão em outros Estados ou países.

– Historicamente somos deficitários e neste ano devemos (a indústria de proteína animal) buscar até 3 milhões de toneladas de milho fora do Estado – estima José Eduardo dos Santos, presidente-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).

Por conta do aumento nos custos de produção e a menor disponibilidade de milho, Santos relata que já há granjas estudando a possibilidade de darem férias coletivas e reduzirem o ritmo de produção.

– A valorização dos grãos trouxe um novo componente para o mercado e vem retirando a sustentabilidade econômica da atividade neste momento –sustenta Rogério Kerber, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips).

O dirigente avalia que, sem medidas que incrementem a oferta interna de milho, o suprimento só deverá se estabilizar no segundo semestre, com a entrada da safrinha.

Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Zero Hora