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Oferta derruba cotação no Rio Grande do Sul
17/11/2016

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Oferta derruba cotação no Rio Grande do Sul

A o mesmo tempo em que comemoram uma safra com alta produtividade e qualidade no grão, os produtores de trigo do Rio Grande do Sul estão apreensivos com o comportamento do cereal no mercado. Segundo levantamento divulgado ontem pelo Cepea/ Esalq, nos últimos 30 dias, o preço da saca de trigo gaúcho caiu 10,92%. No fechamento das cotações de ontem, o centro de pesquisa apontou o valor de R$ 31,7 pela saca de 60 quilos e atribuiu o preço baixo ao excesso de oferta do produto no Estado. O mesmo levantamento aponta que, no Paraná, o trigo teve desvalorização de 1,68% nos últimos 30 dias, sendo comercializado ontem a R$ 38,8. O presidente da Comissão de Trigo da Farsul, Hamilton Jardim, entende que a situação por que passa o produtor agora na fase de comercialização é fruto não apenas do excesso de oferta — o Estado terá uma safra de 2,2 milhões de toneladas, contra um consumo anual estimado em 1,2 milhão de toneladas -, mas também pela posição geográfica do Rio Grande do Sul. “O Paraná está mais próximo das grandes regiões consumidoras (São Paulo e Minas Gerais). Além disso, a incidência de ICMS sobre o trigo paranaense é de 2%, enquanto no nosso é de 8,5%”, destacou. Jardim diz que apenas a compra do cereal por parte do governo federal poderia melhorar o preço do trigo gaúcho. “Mas isto o governo já avisou que não irá fazer. Os leilões PEP e Pepro, que estamos aguardando, não vão trazer grande alteração”, conclui. Representante da Comissão de Trigo do Sindicato Rural de Passo Fundo, João Batista da Silva, reclama que mais do que questões conjunturais, a queda no preço reflete uma desorganização histórica da cadeia do trigo. “Há 50 anos vivemos o mesmo problema. As entidades não conseguem organizar o escoamento da produção, nem procurar novos mercados. Assim, nosso trigo, de boa qualidade, acaba sendo vendido para alimentar os animais e o agricultor fica no prejuízo” ressalta.

Fonte: Jornal Correio do Povo

Créditos da Imagem: Fabiano do Amaral / CP Memória