Que a agropecuária tem sido o esteio da economia gaúcha nos últimos anos, ninguém mais duvida. A pedido da coluna, a percepção foi transformada em números pelo coordenador do núcleo de contas regionais da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Roberto Rocha. Os cálculos, de acordo com a nova metodologia do PIB que passou a ser usada pelo IBGE, mostram que, de 2010 a 2015, o volume de produção acumulado do setor cresceu 32,4%. É, disparado, o segmento com melhor desempenho. No mesmo intervalo, a indústria recuou 8% e os serviços, onde também está incluído o comércio, cresceu apenas 8,2%.

Com os números mais fresquinhos do segundo trimestre, época em que a influência do campo é maior devido à colheita da soja, a pujança do campo em um período de desaceleração da economia fica mais nítida.

Na comparação semestral, o avanço acumulado nas primeiras metades do ano até 2016 é de 37,2%. Enquanto isso, o volume de produção da indústria murchou 9,2% e a de transformação (excluindo-se construção civil, extração mineral e o setor de energia e saneamento) minguou 17,2%. O segmento de serviços, responsável por dois terços do PIB gaúcho, cresceu somente 8%.

Com o recorte dos intervalos de abril e junho, a alta da agropecuária acumulada no segundo trimestre chega a 65,6%. O indicador, apesar de ser de volume, também incorpora a mudança nos preços de um ano para o outro.

Fonte: Zero Hora