Notícias
O que o resultado do PIB sugere para o resto do ano?
07/06/2021
voltar
O PIB avançou 1,2% no primeiro trimestre em relação ao 4ºT/20, na série com ajuste sazonal, acima do que se esperava no final do ano passado, quando as projeções eram de 0%. A consequência natural desse resultado positivo têm sido a elevação das expectativas para o crescimento do ano.
O resultado do 1º trimestre implicou em um carryover* de 4,9% para o PIB de 2021, e praticamente colocou a economia no patamar pré-crise (4ºT/19). Ainda assim, está 3,1% abaixo do pico, alcançado no 3ºT/14. Vários vetores que explicam esses resultados robustos do 1º trimestre devem continuar estimulando o crescimento neste segundo trimestre e, talvez, até mesmo no restante do ano, como a recuperação do crescimento global e a alta dos preços das commodities.
Além desses elementos que continuarão presentes na economia, outras forças deverão ganhar mais relevância nos próximos meses. A aceleração da vacinação (principalmente), a recomposição de estoques, as condições financeiras favoráveis e o uso da poupança acumulada no ano passado estão entre eles.
Mas, algumas ressalvas devem ser consideradas para pensarmos o segundo semestre. Parte dos resultados positivos do primeiro semestre se deveu ao aumento de mobilidade, isto é, uma parte do crescimento gerado pela reabertura da economia, com avanço da vacinação, pode já estar sendo antecipado. Adicionalmente, as expectativas de retirada do auxílio emergencial e a antecipação do 13º devem segurar o impulso sobre a atividade e precisará ser contrabalanceado pelo uso da poupança acumulada e melhoria mais intensa do mercado de trabalho, principalmente informal.
Outro fator a ser considerado são as restrições de oferta, como a escassez de insumos ou o risco hidrológico. O desafio da recomposição de estoques e fornecimento de insumos possui escala global e sua normalização pode ser lenta, limitando a recuperação da indústria sob custos pressionados. De modo semelhante, o risco hidrológico se ampliou, e o uso mais intensivo das térmicas tende a reduzir o PIB ao se ampliar o consumo intermediário.
Finalmente, um risco ainda presente é a própria pandemia. Apesar de que o distanciamento social teve efeito menor sobre a economia recentemente, eventuais atrasos na vacinação e novas variantes são riscos para o cenário de crescimento. Dessa forma, revisamos nossas estimativas, consideramos avanço de 4,6% para o PIB brasileiro em 2021.
Fonte: FIERGS