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O que explica a queda no preço do frango em maio
05/06/2023

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Dado do Cepea/Esalq mostra que recuo nos valores se intensificou na segunda quinzena do mês

Pegue um ingrediente sazonal, misture com outro conjuntural e acrescente uma pitada de especulação. Essa é a receita que embasa o recuo no preço médio do frango em maio, conforme levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea)/Esalq. No frango inteiro congelado, houve redução de 1,1% no atacado da Grande São Paulo, ficando o quilo em R$ 6,98. Em Porto Alegre, a diminuição também foi registrada, mas de forma mais sutil: 0,4%, com o quilo a R$ 9,09.

A queda se intensificou na segunda quinzena, puxada pela demanda enfraquecida. Um movimento usual para esse período do mês, explica a analista de mercado do Cepea Juliana Ferraz:

— No começo de maio, tínhamos observado uma melhora nos preços dos produtos de frango em geral. Com o avanço do mês, acabaram cedendo. Tradicionalmente, o consumo cai na segunda metade do mês.

Outros fatores se somaram à composição dos valores. Juliana cita a perda da força das exportações em relação à abril e o recuo nos valores de outras proteínas animais.

— Mas esse movimento de queda em maio está relacionado principalmente a menor procura — reforça a analista do Cepea.

Ainda que os casos de influenza aviária detectados no Brasil tenham sido, até o momento, em aves silvestres, a chegada do vírus mexeu com o mercado interno, adicionando uma pitada de especulação.

— Isso faz parte também do nosso plano de contenção. Se se acentuar, provavelmente, as indústrias, por iniciativa própria, podem revisar seu planejamento de produção, até porque, é preciso fazer frente aos custos — pontua José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).

Como mantém o seu status sanitário internacional, porque os casos seguem longe das granjas comerciais, o Brasil, maior exportador mundial de frango, segue com as portas abertas a seu produto. Como a entrada do vírus nesse circuito pode trazer grandes perdas, com eventuais restrições de mercado, a prevenção foi reforçada para o nível máximo. Juliana acrescenta que produtores, Ministério da Agricultura e indústria “terão de continuar trabalhando com sinergia”.

— Para enfrentar esse encontro de questões, o setor agirá com cautela, observando até o final de junho. Se a retração continuar, o planejamento das é diminuir o ritmo. Temos de estar preparados para uma potencial redução na oferta — pondera Santos.

Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Edi Pereira / Divulgação ABPA