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O duplo peso para o RS com o embargo japonês ao frango de Santa Catarina
19/07/2023
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Proximidade geográfica e relevância comercial catarinense são as principais preocupações de entidade representativa do setor gaúcho
O sinal de alerta para influenza aviária fica ainda mais forte para o Rio Grande do Sul a partir desta semana. É que o seu vizinho, Santa Catarina, confirmou a detecção de um foco do vírus em ave doméstica no sábado (15). E, na segunda-feira (17), o Japão ampliou a suspensão de importações de carne de frango também para o Estado. Até então, o Espírito Santo era o único que estava com embarques de produtos avícolas temporariamente barrados ao país asiático.
Na avaliação do presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, o peso dessa notícia é duplo para o Rio Grande do Sul: pela proximidade geográfica e pela relevância comercial que Santa Catarina possui na produção e exportação nacional da proteína. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Santa Catarina foi responsável por 21,85% das exportações de carne de frango pelo Brasil em 2022. É o segundo Estado que mais exportou no país, atrás apenas do Paraná e na frente do RS.
— É muito cedo para avaliar o que vai acontecer. A gente torce para que a solução seja rápida. Mas muitas empresas que estão em SC estão aqui também, pode ser que a exportação acabe crescendo no RS. Cabe a gestão de cada empresa — analisa Santos.
O dirigente ainda frisa que “o estado de alerta se mantém”:
— Já se sabe que o vírus circula no Brasil. E o Japão é um país bastante estratégico e que vem aumentando suas compras de ovo e carne de frango brasileiros gradativamente — acrescenta.
Sobre a suspensão japonesa, a ABPA, a Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne – SC) lamentaram a decisão. Em nota, as entidades lembraram que o registro de foco de influenza aviária em ave doméstica “não altera o status do Brasil como livre de Influenza Aviária”. A Organização Mundial de Saúde Animal recomenda a suspensão da exportação quando a doença atinge plantéis comerciais.
Na próxima semana, uma delegação oficial se reunirá com autoridades japonesas em Tóquio. Entre os presentes, está confirmado o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. O objetivo será ajustar as exigências de importação de aves e produtos avícolas às diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal.
E por falar em carne de frango, os embarques brasileiros da proteína animal fecharam o primeiro semestre do ano com alta de 8,5%. Ao todo, foram 2,629 milhões de toneladas comercializadas, segundo a ABPA. Em receita, o crescimento é maior, de 9,3%, e alcançou US$ 5,168 bilhões.
No RS, houve queda de 1,9% em volume, com 372,5 mil toneladas, e alta de 2,6%, com US$ 759,4 milhões.
Sobre o vírus em SC
- A detecção do vírus foi feita em aves domésticas de subsistência em propriedade localizada no município de Maracajá (SC)
- Havia múltiplas espécies de aves no local — galinha, galinha-d'angola, faisão, ganso, pato, perdiz e peru —, que não eram criadas soltas e destinadas à produção de produtos para comercialização
- A propriedade possui uma pequena área alagada, onde são avistadas aves silvestres de vida livre
- Segundo o Ministério da Agricultura, a propriedade está interditada desde o primeiro atendimento realizado pelo Serviço Veterinário Oficial
- Todas as aves foram eutanasiadas e as carcaças foram destruídas e enterradas
Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Mateus Bruxel / Agencia RBS