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Números e gráficos da economia, do mercado e da produção de ovos dominam a manhã do primeiro dia de Conbrasul
12/06/2017
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O primeiro dia de programação da Conbrasul Ovos 2017 é direcionado a assuntos sobre a produção, o mercado e a economia. Logo após a abertura oficial dos trabalhos, conduzida pelo coordenador executivo do Projeto Ovos RS, José Eduardo Santos, foi realizado o painel “Desafios para Regular Excedentes no Mercado de Ovos”.
O diretor de Mercado Interno/Externo da Naturovos, Anderson Herbert, foi o primeiro a falar e apresentou “As tendências e expectativas da indústria de processamento de ovos no Brasil”. Por meio de dados e gráficos da Egg Industry Center, ele analisou a relação custos de produção x preços de mercado, trouxe questionamentos sobre o futuro do setor a respeito das exigências de telamento de galpões, das questões sanitárias, dos sistemas de criação e da nova legislação de inspeção (Novo RIISPOA). Herbert tratou ainda sobre a abertura de novos mercados de exportação e enfatizou que grandes compradores estão se tornando grandes produtores, que apenas 3% da produção mundial de ovos é exportada/importada e que os custos brasileiros emperram as negociações.
Em seguida, a médica veterinária Claudia Simões Fontana, auditora fiscal federal agropecuário no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, aprofundou as questões relacionadas aos “Procedimentos legais e legislação para industrialização e processamento de Ovos”. “A Legislação para fiscalização de indústrias sob Serviço de Inspeção Federal (SIF) foi atualizada e a Análise de Perigo e Pontos Críticos de Controle (APPCC) na industrialização para obtenção de ovoprodutos é a ferramenta que vem garantir o atendimento à Legislação, em busca da conformidade, para atendimento à Norma de Fiscalização nº 02/2015 e Decreto 90.013, de 29 de março de 2017 – novo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA)”, explicou Claudia.
Para finalizar o painel, o diretor-presidente da Granja Avícola Sedenir Bampi, da cidade de Farroupilha (RS), Daniel Bampi, falou sobre “Destinação de Ovos para Indústria na visão do Produtor”. O futuro, segundo ele, é a maior destinação de ovos para a indústria e destacou os principais fatores para isso:
• Ovo é um alimento saudável;
• Legislação para produção de massas com ovos;
• Substituição de produtos químicos por ovos.
“Não tem porque não usar ovos. Temos o melhor alimento disponível na natureza”, concluiu Bampi.
Após um breve intervalo, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, apresentou a palestra “Mercado de Ovos no Brasil e as tendências e desafios para aumento das exportações”. Na ocasião, Turra criticou fortemente a abordagem e divulgação da Operação Carne Fraca, que, segundo ele, ocasionou sérios prejuízos para o setor. “Setenta e quatro países suspenderam temporariamente as exportações e agora apenas seis estão retomando”, relatou, ao defender veementemente o sistema de produção e a qualidade da carne brasileira e lamentar que pequenas exceções causem grandes estragos como o atualmente vivenciado.
O presidente da ABPA trouxe em sua palestra dados e índices da produção e exportação de aves, suínos e ovos.
Ovos – resumo do setor
Produção (2016): 39,1 bilhões de unidades
Consumo (2016): 190 unidades por habitante por ano
Valor da produção (2015): R$ 10,8 bilhões
Exportação (2016): 10,4 mil toneladas – R$ 51,4 milhões
Sobre os desafios e as perspectivas para o setor, Turra destacou que a população mundial não para de crescer e que, em função disso, a tendência é o consumo e o setor também crescerem. O ex-ministro falou ainda sobre a urbanização ter mudado os hábitos de consumo e alimentação da população, a percepção de médicos e nutricionistas quanto à relação entre os benefícios e riscos de cada tipo de proteína e a rastreabilidade. “Além da exigência do consumidor, empresas do setor utilizam a rastreabilidade dos pedidos para programar e nivelar a produção, através de sistemas e ferramentas, muitas de desenvolvimento conjunto das próprias empresas”, disse.
A última palestra da manhã ficou a cargo do professor Felippe Cauê Serigatti, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV/SP), que deu uma aula ao analisar o “Cenário atual da economia brasileira e mundial e as perspectivas para os próximos anos”. A principal mensagem que Serigatti deixou aos conferencistas presentes é a de que a incerteza é muito grande e que não está claro para onde vai a economia brasileira. “Mas é possível afirmar para onde a economia brasileira não vai”, afirmou. “Voltaremos à situação pré-impeachment da Dilma? Manteremos a trajetória que tínhamos até a manhã do dia 17 de maio? Pouquíssimo provável. O cenário base nos mostra que ficaremos os próximos 18 meses praticamente parados”, observou. Já no final de sua apresentação, durante o esclarecimento de perguntas, Serigatti ressaltou: “O universo agro não vai tirar a economia brasileira da crise. Não vamos colocar nas nossas costas uma responsabilidade que não é nossa”.
Assessoria de Comunicação Conbrasul:
Coordenação: Luciana Brambilla Relações Públicas & Imprensa
Conteúdo jornalístico: Cristina Rispoli d'Azevedo