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Normalização pode levar até dois meses
28/05/2018
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Com a mobilização dos caminhoneiros completando uma semana, os efeitos da greve se aprofundam. Estimativa da indústria mostra que 32 milhões de litros de leite foram perdidos e 150 mil animais por dia, entre aves e pintos, morreram por falta de alimento no Rio Grande do Sul. No país, 64 milhões.
- Em um e outro ponto se consegue negociar a passagem, com muito sacrifício - afirma Alexandre Guerra, presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (SINDILAT-RS).
Ainda que fosse possível chegar com a matéria-prima para processamento, não seria factível retomar a linha de produção. É que começam a faltar outros insumos utilizados pelas empresas.
E as maiores dificuldades ainda estão pela frente. Mesmo quando as estradas tiveram o fluxo normalizado, será necessário mais de uma semana para conseguir colocar a produção primária nos trilhos.
- Hoje (ontem) já tem alguns caminhões de rações sendo escoltados. Mas depois que voltar, serão necessários, no mínimo, 10 dias para normalizar tudo - projeta José Eduardo dos Santos, diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV).
Só em receita, a indústria de aves do RS estima perdas diárias de R$ 20 milhões - não entram nesta conta os impactos financeiros dos animais mortos por falta de alimento.
Os frigoríficos de suínos somam R$ 14 milhões de prejuízos diários. A maioria das plantas segue sem operações.
- Para começar a movimentar os abates, é necessário ter combustível. Depois, abrir espaço nas câmaras frigoríficas, para só então iniciar os trabalhos nas unidades - estima Rogério Kerber, presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (FUNDESA).
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) diz que a regularização do abastecimento de alimentos para a população poderá levar até dois meses.
E o pior: estima aumento de preços ao consumidor, "caso a greve se estenda ainda mais".
Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV