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Mobilização pelo preço
11/10/2016
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A Câmara Setorial das Culturas de Inverno foi acionada para socorrer os produtores de trigo, entre os quais os gaúchos, que começaram a colher a safra ontem. Ao contrário dos dois anos anteriores, quando as lavouras foram prejudicadas pelo clima, desta vez a produção será boa, mas entrará no mercado em um momento de excesso de oferta, aumentada sobretudo pela safra argentina, de 14 milhões de toneladas, que ajudou a derrubar os preços internos no Brasil para menos do que o mínimo oficial, de R$ 38,65. O presidente da Câmara, Flávio Turra, diz que foi solicitada ao Ministério da Agricultura a realização de leilão pelo Prêmio de Equalização Pago ao Produtor (Pepro), em que o governo garante o pagamento do mínimo. “Pedimos que o leilão contemple pelo menos 900 mil toneladas”, detalha, lembrando que este volume deve ser disponibilizado aos moinhos do Nordeste, que importam trigo. A resposta, por enquanto, é de que o governo usará o mecanismo, mas sem assegurar o enxugamento de todo o excedente. O presidente da Fecoagro, Paulo Pires, qualifica o cenário como “preocupante” e admite que o setor aguarda apoio do governo. “O Estado estima uma produção de 2,2 milhões de toneladas, mas nosso consumo gira em torno de 1 milhão de toneladas”, relata. O dirigente destaca que, embora não haja garantias, nas regiões onde cooperativas e cerealistas segregam o trigo, os produtores podem obter um preço melhor. Hamilton Jardim, presidente da Comissão de Trigo da Farsul, concorda que haverá dificuldade de comercialização, pois o excesso de oferta complica também a exportação.
Fonte: Correio do Povo