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Missão dos EUA no RS abre portas para viabilizar comércio com maior produtor de frango do mundo
05/08/2022
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Oficiais do Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal (APHIS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estiveram no Rio Grande do Sul durante esta semana. O objetivo da missão era auditar o sistema de defesa animal de granjas gaúchas e de outros seis estados brasileiro quanto à seguridade de criação e produção de frango no País. A visita técnica é considerada, pelo setor avícola, um importante passo para uma futura abertura de mercado com o maior produtor de frango do planeta.
Atualmente, os Estados Unidos não importam carne de frango brasileira nem ovos produzidos no País. Os norte-americanos produzem mais de 20 milhões de toneladas de frango por ano e sua população tem o maior consumo absoluto mundial deste tipo de proteína.
A visita também não teve como objetivo a abertura de comércio bilateral entre as duas nações no setor, como explica a responsável pelo Programa Estadual de Sanidade Avícola (Pesa), fiscal estadual agropecuária Ananda Paula Kowalski: “Estão auditando o sistema de defesa sanitária animal brasileiro, com enfoque para a doença de Newcastle. Temos como oferecer as garantias sanitárias do que produzimos e do que exportamos”.
As associações que representam a avicultura, contudo, encaram a inspeção como um passo importante para uma possível relação comercial entre os países no futuro. “É uma auditoria bastante importante. Um dos passos visando uma futura abertura de mercado. A possibilidade é real. Nos EUA, a preferência do consumidor é pelo peito de frango. É o corte nacional. O Brasil poderia, por exemplo, entrar apoiando e exportando cortes específicos, como o peito. Uma complementaridade”, aponta Luís Rua, diretor de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Motivos para o otimismo não faltam. Além do Brasil ser líder no mercado internacional como maior exportador de frangos no mundo, é menos afetado por fatores externos do que os vizinhos do continente.
“Os EUA são um país bastante avançado em matéria de avicultura, mas que sofre com influenza aviária e outros acontecimento, como a crise na União Europeia e a tensão com a China. Acreditamos que eles vêm porque o Brasil está na vitrine como um grande produtor e fornecedor de alimentos. No caso de outras crises futuras (sanitárias ou diplomáticas), é importante terem vindo para reconhecer o sistema do Brasil e ter o país futuramente como um parceiro fornecedor”, destaca o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos.
Entre março e abril, os EUA registraram 400 surtos e mais de 35 milhões de casos de influenza aviária de alta patogenicidade em aves de 28 estados. Este é o maior surto de “bird flu” desde 2015, quando a doença afetou quase 50 milhões de aves no país. Enquanto isso, o Brasil nunca registrou casos de gripe aviária e, desde 2006, não há ocorrência da doença de Newcastle na avicultura brasileira.
Os norte-americanos foram recepcionados em Porto Alegre pelo secretário adjunto da Agricultura, Rodrigo Rizzo, e pela equipe do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA). Após o encontro na Capital, a missão seguiu com visitas a granjas em Montenegro, Pareci Novo e São José do Sul. O grupo também esteve na Superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Atualmente, a atividade avícola está presente em 376 estabelecimentos, em 4.578 granjas de corte e em 291 granjas de postura comercial, no Rio Grande do Sul.
Fonte: Jornal do Comércio
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV