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Milho pode estimular “safrinha”
13/10/2016

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Estimado em 8,9% pela Emater, o aumento da área cultivada com milho no Rio Grande do Sul vai favorecer também a ampliação das lavouras da segunda safra da soja. O plantio do milho está no final e o da primeira safra da soja começa neste mês, como é tradicional no Estado. A novidade recente é a cultura da soja no verão, plantada em janeiro em áreas de lavouras de milho recém colhidas, praticada desde 2012 e com perspectivas de se espalhar. Ainda não existem estatísticas oficiais sobre área, produção e produtividade da segunda safra da soja, mas produtores e a própria Emater admitem que já deve ultrapassar os 100 mil hectares, concentrados na região Noroeste. O presidente da Associação de Produtores de Soja do Estado (Aprosoja/RS), Décio Teixeira, afirma que quem planta no verão tem conseguido colher até 60 sacas por hectare — 3,6 toneladas —, o que configuraria uma produção adicional de 360 mil toneladas por ano no Estado. “É uma prática que tem se difundido entre os produtores que têm áreas de milho irrigado. O plantio de cultivares específicas para o período tem dado um excelente resultado”, explica Teixeira, que ressalta que a lavoura iniciada em janeiro exige cuidados ainda maiores. “Nesse período, em função do calor, é comum a ocorrência da ferrugem, doença que decorre do excesso de umidade. É uma lavoura mais trabalhosa, mas o produtor que faz tem tido lucro”, completa. O agrônomo Alencar Rugeri, da Emater, diz que o investimento na safrinha de soja deve ser comemorado porque, além de ser extremamente positivo do ponto de vista ambiental — já que preserva o solo —, pode ser um estímulo para o aumento das áreas de milho nos anos seguintes. “É bom ver que o produtor começa a entender as vantagens da rotação de cultura. Respeitado o zoneamento climático, é uma decisão muito inteligente. Vamos começar a fazer o levantamento de soja segunda safra e em 2017 teremos as primeiras estatísticas”, adianta Rugeri. Com isso, a partir da próxima colheita, a chamada “safrinha” da soja passará a ter seu desempenho observado por um olhar técnico e seus números poderão subsidiar os produtores na hora de planejar o uso da terra.

Fonte: Correio do Povo

Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV