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Liberada a importação de milho transgênico dos EUA
18/06/2021

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Liberada a importação de milho transgênico dos EUA

Demanda antiga do setor de proteína animal, a importação de milho transgênico dos Estados Unidos será permitida a partir de 1º de julho. A autorização está prevista na Resolução Normativa 32, publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que traz novas normas para a liberação comercial de Organismos Geneticamente Modificados.

A notícia chega no momento em que a indústria da proteína reclama do aumento de custos dos principais componentes da ração animal. Nos últimos 12 meses, o preço do milho subiu em torno de 100%.

A liberação inclui dois tipos de milho geneticamente modificados. “Os dois são seguros e podem ser usados para a alimentação humana e animal sem nenhum problema”, garantiu o presidente da CTNBio, Paulo Barroso.

Entidades do setor de proteína animal comemoraram a medida, mas consideram que é difícil prever o impacto dela. “Essa decisão traz alternativas com base na ciência, sem prejuízo para ninguém”, resume o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. Na avaliação dele, a resolução pode inclusive provocar reflexos nos preços do milho no mercado interno, colocando uma “trava” a uma elevação ainda maior no preço do cereal. Santin observa, no entanto, que o repasse de custos ao consumidor é inevitável.

O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos, Rogério Kerber, ressalta que a medida abre a “possibilidade de contar com outra originação de produto diante de um quadro de abastecimento que se desenha com dificuldade”. Ele lembra que a segunda safra de milho no Brasil, que é a mais expressiva, ainda não está consolidada e sofre com problemas climáticos, o que pode prejudicar o abastecimento.

O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, ressalta que o setor vai insistir na defesa da isenção do PIS/Cofins nas operações internas, o que poderia ajudar principalmente as indústrias que não exportam proteína animal.

Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem: Mauro Schaefer / CP Memória