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Ipea prevê alta de 2,4% para o PIB agropecuário em 2020
30/04/2020
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O produto interno bruno (PIB) do setor agropecuário brasileiro deve crescer 2,4% em 2020, menos que os 3,8% previstos em março. Mesmo com essa redução, o desempenho é muito superior em relação aos demais setores da economia, que vivem um momento recessivo causado pela pandemia de Covid-19. A revisão da previsão está no Boletim Agro divulgado nesta quarta-feira, 29, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O principal motivo da revisão não é a pandemia, está relacionado à redução da estimativa de produção de soja do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do IBGE, e decorre principalmente de uma queda da colheita do grão no Rio Grande do Sul.
Os pesquisadores também trabalharam com um cenário de estresse, com impactos mais significativos da recessão sobre o PIB Agro, principalmente para a produção de bovinos e cana-de-açúcar. Diante desse panorama, a projeção para o setor ainda é de crescimento de 1,4% em 2020. Anteriormente, a previsão era uma alta de 2,5% nesse mesmo cenário.
Para o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo de Castro Souza Júnior, “o mercado de carne bovina, proteína mais cara, pode ser o segmento com maior impacto negativo por conta da crise causada pela pandemia de Covid-19”. Nesse segmento, a previsão de taxa de crescimento desse segmento caiu de 3,5% para 1,1% no cenário-base.
A soja, outro produto de grande peso no PIB Agro, também teve taxa de crescimento em 2020 revista para baixo pelo IBGE – 6,4%, contra 10,4% em março. No conjunto da agricultura, o valor adicionado passou de 4,5% para 2,8%, com destaque para a produção de café, que teve a previsão elevada de 14,2% para 15,4%.
Ainda na análise por segmento, a nova previsão para a pecuária é uma alta de 2% no PIB deste ano (antes, era de 3,5%). A produção de leite deve crescer 2,9%, e a de suínos, 3,9%. As projeções do Boletim Agro foram atualizadas com base nos dados da safra 2019/2020, utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e perspectivas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Fonte: Datagro
Créditos da Imagem: Unsplash