A Sondagem Industrial do RS voltou ao tema relativo ao problema da falta de insumos e as dificuldades das empresas em atender a demanda. A terceira edição da pesquisa foi realizada entre 1º e 11 de fevereiro de 2021 (as outras duas foram realizadas em outubro e novembro de 2020) e contou com uma amostra de 217 empresas, sendo 182 da indústria de Transformação e 35 da Construção.

Os resultados mostram que diminuíram as dificuldades das indústrias gaúchas para atender a demanda de seus clientes em fevereiro, mas mais da metade ainda enfrentavam alguma dificuldade. O percentual de indústrias que deixaram de atender algum cliente recuou de 60,9% em novembro de 2020 para 52,5% em fevereiro de 2021. Além disso, para pouco mais da metade (55,3%) das empresas que enfrentavam dificuldade de atender a demanda em fevereiro de 2021, a dificuldade aumentou em relação ao último dado de 2020. Para 32,5% das empresas, os entraves não se alteraram e reduziram para apenas 12,3%.

Um dos grandes desafios segue sendo a obtenção de insumos e matérias-primas. No mercado de fornecedores doméstico, pouco mais de oito em cada dez empresas gaúchas (81,6%) ainda enfrentavam o problema em fevereiro de 2021 (para 18,9%, a dificuldade era grande). O percentual é um pouco menor do que os 85,2% observados em novembro de 2020 (23,9% com muita dificuldade).

Quanto à perspectiva de solução, apenas 7,9% das empresas gaúchas que enfrentam dificuldades em fevereiro de 2021 esperam a normalização da oferta doméstica de insumos e matérias-primas ainda no primeiro trimestre. A maioria, 41,8% das empresas, acredita que o problema será superado somente no segundo trimestre de 2021. Vale destacar que, no início de novembro do ano passado, 45,8% das empresas esperavam a normalização no primeiro trimestre de 2021. Um percentual importante, de 32,8%, projeta para o terceiro trimestre a solução. Já 7,3% das empresas esperam a normalização apenas no último trimestre do ano e os mais pessimistas (10,2% das empresas, somente no ano que vem.

O problema no mercado de insumos não restringe ao mercado nacional. A Sondagem revelou que, em fevereiro de 2021, pouco mais de seis em cada dez empresas (62,2%) utilizam insumos e matérias-primas importados. Dessas, quase sete em cada dez (68,9%) enfrentam problemas para obter insumos e matérias-primas de fora do país atualmente. As dificuldades são maiores que no ano passado para 15,6% delas, nenhuma empresa reportou maior facilidade e para 31,1% a solução está normal. Na comparação com outubro de 2020, as dificuldades aumentaram, pois 63,9% das empresas naquele momento afirmavam enfrentar dificuldades.

Quanto à solução do problema, apenas 5,4% das empresas acreditam que a regularização no acesso a insumos e matérias-primas importados ocorrerá no primeiro trimestre. Na avaliação da maioria, a normalização na oferta deverá ocorrer entre o segundo (32,3% das empresas) e o terceiro trimestre de 2021 (39,8%). Há ainda um contingente importante de empresas, todas da indústria de Transformação, que projeta a volta ao normal no quarto trimestre (10,8%) ou apenas em 2022 ou além (11,8%).

Fonte: FIERGS