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Indústria gaúcha exporta 25,7% a menos no trimestre
08/04/2020
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As exportações industriais do Rio Grande do Sul tiveram queda de 18% em março, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o que contribuiu para que as vendas externas do setor fechassem o primeiro trimestre em forte retração: atingiram US$ 2,4 bilhões, redução de 25,7% em relação ao mesmo período de 2019. O resultado, porém, ainda carrega pouco da influência da crise provocada pelo coronavírus, que se intensificou a partir de março. "Precisamos ver como as exportações irão se comportar nos próximos meses, por conta da queda na produção das indústrias e pelas medidas restritivas impostas por muitos países", afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Petry.
Mas o desempenho anual reflete também o resultado muito ruim observado em janeiro, quando as exportações industriais do Estado recuaram 39,7%. No trimestre, as quedas mais acentuadas das vendas do setor no Estado foram para China (-51,2%) e Estados Unidos (-27,1%). O grupo de produtos mais exportado até agora foi carne (US$ 452 milhões), seguido de soja (US$ 350 milhões). Em segmentos, Alimentos (21,2%) ocupou a primeira posição na pauta do Estado, seguido de Tabaco (-39,2%) e Químicos (-34,2%), que apesar das quedas mantiveram a segunda e terceira posição e juntos representaram 23% da pauta.
Na análise mensal por setores, dos 23 segmentos da indústria de transformação que tiveram algum embarque em março, 17 caíram, especialmente Tabaco (-40,1%), Químicos (-44,8%), Couros e calçados (-17,2%) e Celulose e papel (-42,6%). O setor de Químicos é reflexo das menores vendas para China (-82,3%) e Estados Unidos (-64,4%), com maior impacto em produtos de plástico (-22,6%). A queda em Tabaco ainda carrega o resultado do período entre agosto e novembro de 2019.
Mais uma vez, Alimentos voltou a acelerar em relação aos primeiros meses do ano e cresceu 32% na comparação com março do ano passado, configurando a nona variação positiva. Carne de frango congelada, fresca ou refrigerada ( 74,6%) e carne de suíno congelada, fresca ou refrigerada ( 100,6%) são responsáveis pelo desempenho do setor. Mesmo com a pandemia, os embarques do setor para China continuam fortes. Na comparação com março de 2019, as exportações para o país cresceram 569,1%, sendo as carnes de suíno e frango os itens mais exportados da indústria gaúcha. Em relação a fevereiro, a demanda média diária chinesa no segmento aumentou 17,7% em março.
Pelo lado das importações, o Estado adquiriu US$ 574,3 milhões em mercadorias, com retração de 26,7% ante março do ano passado. No acumulado do ano, o RS importou US$ 1,7 bilhão, configurando uma queda de 28,8% em relação a 2019.
Fonte: Jornal do Comércio
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV