Asgav Notícias

Grãos: País dará um novo salto
13/08/2018

voltar
Grãos: País dará um novo salto

A safra brasileira de grãos chegará a 302 milhões de toneladas em dez anos. O número faz parte do estudo Projeções do Agronegócio, elaborado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e área técnica da Embrapa. O aumento de 29,8% na produção, em relação às 232 milhões de toneladas do ciclo 2017/2018, deve ocorrer por incremento de produtividade, de área e de demanda interna e externa. No setor de proteína animal a elevação chegará a 26,8%, passando dos atuais 27 milhões de toneladas para 34,2 milhões de toneladas de carne de frango, suína e bovina.

A área de grãos, segundo o estudo, passará dos atuais 61 milhões de hectares para 71 milhões de hectares até 2028 no país, puxada principalmente pela lavoura de soja. O Rio Grande do Sul contribuirá com este incremento, elevando em 1 milhão de hectares os 5,6 milhões ocupados no último ciclo. Em 2028, os gaúchos colherão 21,6 milhões de toneladas, 27,7% mais que na safra 2017/2018.

O relatório mostra ainda que, no Rio Grande do Sul, a produção de milho, hoje deficitária, irá aumentar, mesmo que em uma área bem inferior. Segundo o documento, os gaúchos reduzirão as lavouras de 728 mil para 327 mil hectares na década, mas colherão 5,3 milhões de toneladas de milho, um volume superior ao do último ciclo, de 4,8 milhões de toneladas.

O presidente da Associação dos Produtores de Milho (Apromilho/RS), Ricardo Meneghetti, acredita que a projeção levou em conta a possível saída dos produtores de sequeiro desta cultura. Segundo Meneghetti, em área irrigada e com o uso de alta tecnologia já se colhe hoje mais de 300 sacas por hectare. Entretanto, ele ressalta que a previsão de aumento da produção não é animadora porque o milho continuará em falta no Estado. “Considerando que o consumo irá crescer, teríamos que fazer um esforço para produzir 7,5 milhões de toneladas de milho”, diz.

O economista da Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão, Rodrigo Feix, observa que as projeções se sustentam, sobretudo, no potencial da demanda internacional, já que há estimativa de continuidade de crescimento populacional nos países em desenvolvimento, que vem acompanhado de expansão da renda média. Com mais renda, as pessoas consomem mais proteína animal e, para produzir mais carne, é necessário dispor de mais grãos.

Feix observa, no entanto, que há um descompasso entre o crescimento da produção agropecuária e a melhoria da infraestrutura no país. “Esta melhoria passa por um arranjo institucional que precisa ser desenhado e tirado do papel neste período, com uma maior participação de recursos privados”, avalia.

Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV