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Gaúchos podem ganhar oportunidades no México
02/03/2017
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A participação da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) nas atividades da Coalizão Empresarial Brasileira (CEB) junto ao governo federal rendeu, neste início de 2017, uma boa perspectiva para indústrias interessadas em negócios com o exterior. Com informações detalhadas sobre negociações bilaterais com o México, o coordenador do Comitê de Relações Internacionais do Conselho de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Concex) da Fiergs, Frederico Behrends, aponta a urgência na preparação de empresas que querem alavancar exportações em 2017. De acordo com ele, o desentendimento comercial entre os EUA e o México terá um efeito positivo e rápido sobre como o Brasil poderá se expor em uma negociação direta com o país mais ao Sul da América do Norte. “O México apresenta peculiaridades na área industrial que nos interessam muito. Passou anos dependendo dos EUA e não possui uma produção que atenda ao seu próprio mercado. Portanto, importa itens dos quais o Rio Grande do Sul é muito competente. E ainda há toda a questão agroindustrial também”, sinaliza. Por outro lado, o governo brasileiro tem se posicionado completamente aberto a novos acordos desde 2016. Seja no âmbito do Mercosul ou com o Brasil atuando de forma independente, há uma orientação para buscar possibilidades de abertura de mercados para as exportações. “A CEB é um mecanismo de coordenação do setor privado, que atua no acompanhamento das negociações internacionais, sobretudo dos processos de integração comercial nos quais o Brasil está envolvido”, explica o coordenador. No caso de um acordo com o México, além de indústrias, a produção de milho tem grandes possibilidades de exportação. Em 15 de fevereiro, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, confirmou que uma comitiva mexicana virá ao Brasil em março para verificar as condições de o País se tornar fornecedor do grão. “Um novo acordo bilateral entre Brasil e México já está sendo alinhavado. Hoje, apenas 400 linhas tarifárias estão zeradas. O Brasil pretende que sejam 6 mil linhas”, revela. As potencialidades são enormes, como, por exemplo, para o setor de imóveis. Hoje, para o produto entrar no México, o importador mexicano paga, em média, 10% de tarifa. Com um acordo, será zero. O mesmo poderá ocorrer com máquinas, calçados, vestuário etc. “A expectativa dos negociadores é que, em 150 dias, tudo estará resolvido”, conclui Behrends.
Fonte: Jornal do Comércio
Créditos da Imagem:PEDRO REVILLION/PALÁCIO PIRATINI/ARQUIVO/JC