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Frango: UE suspende 20 frigoríficos
20/04/2018

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A decisão da União Europeia (UE) de tirar 20 plantas brasileiras da lista de exportadoras de carne de frango para a região pode gerar desemprego e queda de preços do produto no mercado interno, avaliam representantes do setor avícola nacional e gaúcho. Foram desabilitadas 10 plantas da BRF Brasil Foods (de Ponta Grossa e Toledo, no Paraná; de Concórdia, Capinzal e Chapecó, em Santa Catarina; de Dourados, no Mato Grosso do Sul; de Várzea Grande, no Mato Grosso; de Rio Verde, em Goiás; e de Serafina Correa e Marau, no Rio Grande do Sul), além de unidades da SHB Comércio e Indústria de Alimentos (no Paraná e Mato Grosso); Copacol, Copagril, Coopavel, Avenorte e Lar (todas do Paraná), Zancheta Alimentos (de São Paulo); São Salvador (de Goiás) e Bello Alimentos (de Minas Gerais).

A alegação europeia para impor a restrição é de que a carne de frango salgada não é submetida a todos os testes para 2,6 mil tipos de salmonella, exigência do bloco. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, diz que há uma incógnita quanto à questão sanitária levantada e uma sanção ao Brasil, que não quer aceitar a taxação excessiva da sua carne de frango na Europa. "Estamos sendo penalizados, mas os frigoríficos têm mercado interno e em vários lugares do mundo, não só na UE. As empresas têm capacidade de superar", afirma.

De acordo com Maggi, as plantas suspensas são responsáveis por uma parcela de 30% a 35% das vendas do produto brasileiro para o bloco europeu, com um volume de 160 mil toneladas por ano de carne salgada. O ministério pretende abrir um painel (processo administrativo) junto à Organização Mundial de Comércio, para discutir os critérios que levaram a UE a tomar a decisão.
O vice-presidente e diretor de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, concorda que a imposição da UE tem caráter tarifário e não tem a ver com riscos à saúde do consumidor. “Para a carne salgada é exigido teste de 2,6 mil tipos de salmonella. Para a carne crua, com apenas 1,2% a menos de sal, são apenas dois tipos”, compara. Segundo Santin, a situação pode trazer desemprego nos frigoríficos brasileiros, onde 5 mil pessoas já se encontram em férias coletivas, e queda inicial de preços no mercado interno. “Depois, a tendência é de alta, pois os frigoríficos terão de se adequar a uma produção menor”, salienta.

O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Nestor Freiberger, acredita que a confirmação das desabilitações repercute em toda a cadeia avícola nacional, do agricultor à produção de insumos, como o milho, passando pela imagem externa já arranhada pela Operação Trapaça. “O mal já foi causado, temos de aguardar agora a ação do governo para saber o tamanho”, avalia.

Fonte: Correio do Povo