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Frango: oferta per capita a caminho de um novo recorde?
26/07/2018
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Os números atualizados da população brasileira, divulgados ontem pelo IBGE, ensejam, como é natural, a avaliação das tendências de oferta per capita de alimentos no decorrer de 2018. E os indicadores até agora acumulados sugerem - em relação à carne de frango - que o setor está a caminho de um novo recorde. O que, há de se convir, não é nada animador em se tratando de um exercício em que a demanda interna tende, na melhor das hipóteses, a permanecer nos mesmos níveis de 2017.
Os novos dados do IBGE indicam que a população média brasileira do presente exercício deve ficar próxima dos 208,5 milhões de habitantes, sendo, portanto, menor que a estimada até recentemente (cerca de 209,2 milhões de habitantes).
Quanto à disponibilidade interna de carne de frango não há, por ora, dados relativos ao segundo semestre do ano. Mas supondo-se que ela se mantenha nos níveis do primeiro semestre, pode chegar aos 9,8 milhões de toneladas – um volume que, considerada a população apontada, corresponderá a uma disponibilidade per capita da ordem de 47 kg, volume quase 4% superior ao registrado em 2017 e, até aqui, recorde absoluto do setor.
Na tabela abaixo, a disponibilidade per capita entre 2010 e 2017 foi atualizada em função dos novos indicadores populacionais divulgados pelo IBGE. Já no tocante à oferta interna total adotaram-se os valores projetados pela APINCO.
O que se constata é que, no período analisado, frente a um aumento populacional de pouco mais de 6%, a disponibilidade interna aumentou mais de 10%, gerando uma disponibilidade per capita 4% maior. Notar, de toda forma, que nos últimos dois anos (2016 e 2017) houve retrocesso na disponibilidade per capita e, assim, a maior oferta registrada é a de 2015, ocasião em que o volume total disponibilizado internamente correspondeu a 45,808 kg per capita.
Esse volume tende a ser superado em 2018. Mesmo que se considere que as ocorrências negativas enfrentadas no primeiro semestre sejam, todas, superadas. As exportações, por exemplo, devem – já a partir de julho corrente – retornar ao patamar das 300 mil toneladas, fato antecipado pela ABPA. Assim, superados os sustos do segundo trimestre do ano (média de 268,5 mil toneladas mensais), nada impede que se chegue ou, mesmo, supere a média do 1º trimestre (embarques médios, mensais, próximos de 332 mil toneladas).
O que não se pode ignorar, entretanto, é que - normalmente (e com raríssimas exceções), a produção de carne de frango do segundo semestre é maior que a do primeiro. E isto pode, senão totalmente, neutralizar o possível ganho que as exportações venham a obter.
Fonte: AviSite
Créditos da Imagem: AviSite