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Estudo do Rabobank aponta que entre 10 exportadores de carne de frango, Brasil tem o 5º melhor preço
12/02/2025

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Analisando os preços alcançados pelos exportadores de carne de frango no mercado internacional, o Rabobank – no estudo “RaboResearch 2025” – aponta que, entre 10 fontes do produto, o Brasil obteve (2023) o 5º melhor preço, mas sem grande diferença em relação ao 6º e 7º colocados, Ucrânia e Rússia.

A liderança, dois anos atrás, ficou com a Tailândia (US$3.700/t), vindo a seguir China e Chile (ambos com US$3.100/t) e União Europeia (US$2.400/t). O preço do Brasil – “maior exportador mundial”, como destaca o Rabobank – ficou em cerca de US$2.000/t.

Justificando as lideranças de Tailândia, China e Chile, o estudo observa que estão diretamente relacionadas ao acesso ao mercado e ao portfólio de produtos. Nenhum desses países tem custos menores, mas compensam a desvantagem através do acesso a mercados mais atrativos. O Chile, por exemplo, “um dos poucos países que obteve acesso ao mercado avícola dos EUA” – exporta peito de frango, corte com elevado valor agregado no mercado norte-americano. Tailândia e China, por sua vez, graças a uma força de trabalho relativamente barata, tornaram-se líderes na exportação de frango processado, que exige mão-de-obra intensiva.

Notar que em boa parte dos países listados o preço médio alcançado em 2023 foi menor que o de 2014. Uma das exceções está na União Europeia, cujo preço médio em 2023 foi pelo menos 75% superior ao de nove anos antes. Efeito exclusivo – aponta o Rabobank – do Brexit, que transformou o Reino Unido em um importador agora estranho à União Europeia, mas garantindo que Holanda, Alemanha e Polônia se mantenham na liderança de atendimento do mercado britânico, com frango fresco e processado.

Pode parecer estranha a penúltima posição, ocupada pelo 2º maior exportador mundial de carne de frango, os EUA, cujos preços foram superiores, apenas, aos da Argentina. Mas o Rabobank lembra que as exportações norte-americanas ainda estão quase todas focadas em partes do frango que não têm consumo interno, como pés e pernas. Já o Brasil vem atuando intensivamente na diversificação de seu portfólio de produtos, mantendo sólida posição na exportação de peito de frango, frango inteiro e carne escura (coxas e outros cortes do frango, excetuado o peito).

Não é mencionado no estudo, mas vale notar que, eliminada do mercado internacional após um surto de Influenza Aviária (primeira metade dos anos 2000), a Tailândia só conseguiu retornar ao setor disponibilizando frango pós-processado. Isto provavelmente explica o melhor preço obtido pelo produto tailandês.

Já as exportações brasileiras estão quase totalmente concentradas no produto in natura, que não tem agregação de valor como os processados. Em 2023 elas corresponderam a pouco mais de 94,5% do volume total exportado, distribuindo-se os restantes 5,5% entre a carne de frango salgada e os industrializados.

Naquele ano, os industrializados exportados pelo Brasil alcançaram preço médio (US$3.245/tonelada) quase 75% superior ao da carne de frango in natura (US$1.869/tonelada). Mas corresponderam a apenas 2,3% do volume total então exportado.


Fonte: AviSite

Créditos da Imagem:AviSite