Asgav Notícias

Estado responde por 13,5% das exportações do setor
21/03/2017

voltar
Estado responde por 13,5% das exportações do setor

O Rio Grande do Sul será um dos mais afetados caso se mantenha e até se ampliem os embargos à exportação de carnes devido à suspeição gerada pela Operação Carne Fraca, mesmo que o Estado não tenha planta envolvida nas irregularidades, segundo o Ministério da Agricultura. A Fundação de Economia e Estatística (FEE) aponta que o complexo de carne somou US$ 1,9 bilhão em divisas em 2016, 13,5% das vendas das três proteínas do Brasil. Frango liderou com US$ 1,1 bilhão, 17,4% do total vendido nacionalmente, seguida por suínos, com US$ 457,1 milhões - 31% do fluxo brasileiro, e bovinos com US$ 206 milhões, 3,9%. A União Europeia (UE) é a maior cliente, chega a responder por 36% da demanda de carne bovina. O economista do Núcleo de Estudos do Agronegócio da FEE Sérgio Júnior reforça que o risco ao setor é “muito alto”. A UE adotou primeira restrição a algumas plantas. “Acho que não a região não vai embargar de uma hora para outra todo o fluxo, pois pode gerar falta de produto para seus consumidores e a troca de fornecedores não é simples”, pondera o economista, que admite “ter uma leitura otimista” no atual quadro. Analisando outros países que imprimem embargo, Leusin aponta que a China é o maior cliente entre os demais - Coreia do Sul, Chile e Egito. Foram US$ 176,2 milhões em 2016, 10% do total enviado no ano passado ao país pelo complexo de carnes brasileiro. O economista lembra que não faz muito tempo que os chineses retomaram a importação das três proteínas do Brasil. “Esperava-se uma ação mais diplomática. Nem nós sabemos bem qual é o alcance das denúncias. O certo é que as medidas precisam ser rápidas para reverter o dano”, afirma o economista. A Coreia do Sul somou US$ 32,6 milhões, sendo que US$ 32, 3 milhões são de carne de frango. O Chile somou US$ 1,9 milhão de divisas, com maior importação de carne bovina, quase a totalidade do fluxo. O Egito comprou US$ 5,8 milhões de carne bovina. O maior argumento é que a operação atinge um dos poucos setores que busca elevar o valor agregado no comércio externo.
“As carnes são um dos elos mais importantes da cadeia do setor. Franco é milho que caminha”, lembra. “Sempre se fala em exportar valor agregado, e a carne é o exemplo onde estamos bem, nesta tarefa”. Além de olhar para as receitas em dólares, o analista da FEE destaca ainda o impacto para o mercado de trabalho, caso uma crise se instale por mais tempo. O segmento tem a estrutura de agricultores que produzem a matéria-prima e ainda a mão de obra e empregada do campo à indústria. Em janeiro de 2017, eram 56,2 mil empregos formais, com maior número no abate, somando 41,5 mil. Uma década antes, em 2007, eram 45,9 mil empregos.

Fonte: Jornal do Comércio
Créditos da Imagem: FREDY VIEIRA/JC