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Estado reforça controles para evitar surto de gripe aviária
19/01/2017
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Sem alarde, a gripe aviária começa a mudar as ações desenvolvidas pelas entidades ligadas à produção de frango no Brasil e no Rio Grande do Sul. Mesmo antes de qualquer possível sinal da doença no Estado, produtores, indústrias e governo começam a montar um cinturão de proteção ao redor dos criatórios e possíveis formas de ingresso da doença. Há cerca de três meses, a Influenza Aviaria avança na Europa e, nesta semana, houve novo caso registrado no Chile. No dia 26 de janeiro, o assunto será tema de seminário em Porto Alegre. Ao todo, 33 países já registraram a doença nos últimos três meses, a maior parte na Ásia, Europa e África. Representantes de empresas, produtores, técnicos e governos ressaltam que ações que estão sendo adotadas são preventivas e para mantar o diferenciado status sanitário do Brasil. A recomendação do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, é “não baixar a guarda”. “Nunca houve registro da Influenza Aviaria no Brasil, nem mesmo quando se deu a maior epidemia registrada até hoje no mundo, entre 2005 e 2006. Esse é um dos nossos diferenciais, e queremos continuar assim. Justamente por isso pedimos a suspensão de qualquer missão de clientes e fornecedores, especialmente estrangeiros, a qualquer aviário nas próximas semanas”, explica Turra. As missão, comuns para validar ou revalidar status sanitários e exportações, por exemplo, diz Turra, devem ser evitadas no momento. A proibição de visitas está sendo aplicada a estrangeiros provenientes de países com focos ativos de Influenza Aviaria. Para países sem focos da enfermidade, a visita será permitida apenas após uma quarentena de 72 horas, realizada no Brasil. Outras medidas estão sendo articuladas junto ao Ministério da Agricultura e às agências de defesa das secretarias de agricultura estaduais. A mesma recomendação da ABPA está sendo feita pelo governo gaúcho, segundo o chefe da Divisão de Defesa sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Marcelo Göcks. Outra medida preventiva que o Estado adotará é a intensificação de vistoria em criatórios próximos de sítios de reprodução de aves migratórias. “Vamos visitar aviários e propriedades em um raio de 10 quilômetros da Lagoa dos Patos e da Estação Ecológica do Taim, por exemplo. A ideia é ver sinais de alerta que possam apontar para possíveis problemas, para que sejam combatidos o mais rápido possível. O produtor deve ficar atento para mortalidades muitos altas, dificuldades respiratórias nas aves e crista e barbelas arroxeadas”, explica Göcks. Quem também reforça o time do “antes prevenir do que remediar” é o diretor-presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, que coordenará ao seminário sobre o tema que será realizada na próxima semana na Capital. “A intenção do encontro é informar e reunir tudo que se sabe sobre o tema, compartilhar e disseminar informações entre governos, técnicos, produtores e empresas. Vamos falar tanto da doença como de mercados e possíveis ganhos para o Estado”, antecipa Santos. Para o presidente da ABPA, apesar de ser ainda cedo para falar em ganhos de mercado a partir do avança da doença na Europa, o aumento futuro no volume de negócios para o Brasil a partir da Influenza não pode ser ignorado. “Ainda é cedo para saber se teremos ganhos com exportações, mas foram nossos rígidos controles sanitários que nos tornaram a potência exportadora que somos. Inicialmente, quando um pais registra a doença, a tendência primeira é evitar o consumo de carne de aves. Depois, as coisa começam a voltar ao normal. É ai que saberemos se o Brasil terá aumento da demanda”, analisa o executivo
Fonte: Jornal do Comércio
Créditos da Imagem: Mauro Schaefer/Arquivo/JC