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Espaço para reduzir juro do Plano Safra
22/02/2017
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Enquanto o consenso do mercado já espera inflação medida pelo IPCA abaixo de 4,5% ao final do ano e o Comitê de Polícia Monetária do Banco Central encerra hoje mais um encontro que terá como decisão novo corte da taxa Selic, cresce a pressão para o movimento ser acompanhado pela queda do juro para o Plano Safra 2017/2018. A tendência foi admitida pelo próprio ministro da Agricultura, Blairo Maggi, nesta semana. O barateamento do crédito também passou a ser uma das bandeiras do Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Agricultura (Conseagri), que agora tem o gaúcho Ernani Polo à frente. A entidade prega a redução de três pontos percentuais no juro, que, no caso do custeio, modalidade equivalente a 80% dos recursos disponibilizados, é hoje de 9,5% ao ano.
O economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Antônio da Luz, observa que, no caso do crédito para o Plano Safra, mais importante do que a Selic – hoje em 13% ao ano e com a expectativa do mercado de que chegue a 9,5% no final de 2017 – é observar o IPCA. Luz lembra que a principal fonte de recursos para o crédito rural é a poupança – remunerada a 0,5% ao mês, mais a taxa referencial (TR). Esta, por sua vez, é atualizada de acordo com a inflação.
Em 12 meses até janeiro, o IPCA acumulado ficou em 5,35%, bem abaixo de um ano atrás (10,7%) e de maio (9,3%), quando normalmente o Plano Safra é anunciado. Embora prefira não estimar o quanto o juro do crédito poderia ser reduzido, Luz sustenta que há margem para um corte significativo.
– É possível afirmar que há espaço para uma queda substancial do juro do crédito rural, olhando não pelas expectativas para o final do ano, mas pela taxa de inflação acumulada em 12 meses, que influencia a TR, que, por sua vez, influencia o rendimento da poupança, de onde saem os recursos – diz o economista.
Para Luz, o ambiente de arrefecimento da inflação e do juro básico da economia também permite redução do custo do crédito para investimento. No Plano Safra atual para a agricultura empresarial, as taxas vão de 8,5% a 12,75% e, no caso do Moderfrota, de 8,5% a 10,5%. Nesse caso, depende mais de redução da TJLP, atribuição do Conselho Monetário Nacional (CMN). A TJLP está em 7,5% desde o final do ano passado e, de lá para cá, como vimos antes, o quadro da inflação é outro.
Fonte: Zero Hora