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Em reengenharia, cooperativa de alimentos reduz funcionários e investe em atividades mais rentáveis
15/12/2022

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Em reengenharia, cooperativa de alimentos reduz funcionários e investe em atividades mais rentáveis

Preocupou a informação de que a cooperativa Languiru, uma das mais conhecidas do Rio Grande do Sul, reduzirá em quase 15% o seu quadro atual de 3,5 mil funcionários. À coluna, o presidente Dirceu Bayer explicou que isso ocorrerá pela não reposição de vagas que são abertas e que faz parte de uma "reengenharia" na empresa para direcionar esforços a atividades mais rentáveis. Com sede no Vale do Taquari, a Languiru tem ampliado a captação de grãos, além de já atuar nos segmentos de carnes, leite, rações, lojas agropecuárias, supermercados, postos de combustível e farmácia. Confira trechos da entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, e a íntegra do áudio no final da coluna.

Por que estão cortando os 500 empregos?

É uma decisão consciente, planejada há tempo. Há necessidade de redução de custos. A indústria está muito afetada pela alta dos insumos, como milho e soja, enquanto o consumidor está com poder de compras fragilizado. Estamos acumulando prejuízos, principalmente em carnes. A Languiru tem faturamento de R$ 3 bilhões, emprega 3,5 mil funcionários. Estamos fazendo uma reengenharia para mudar nossa matriz produtiva. A tendência é de que as commodities continuem em alta.

Ao mesmo tempo em que reduz o quadro de funcionários, a cooperativa está fazendo investimentos grandes, como os R$ 40 milhões no porto de Estrela. Por quê?

A redução de postos de trabalho ocorrerá em dois ou três meses. Nossa rotatividade é de 6% por mês, não vamos preencher esses cargos pela redução que faremos em frangos e suínos. Isso trará economia de R$ 46 milhões por mês, o que garante uma continuidade da Languiru. Para mudar a matriz produtiva, investimos R$ 120 milhões em estrutura para preparar para o mercado externo, mais R$ 40 milhões em Estrela para atuarmos nos setores atrativos de commodities. Temos que nos virar sozinhos. A Languiru continuará existindo.

Qual a atenção que o senhor está pedindo dos governos?

A continuar assim, as indústrias vão minguar, e são elas que agregam valor à produção, mas parece que não somos parte do agronegócio. Além da alta de custos, entra uma enxurrada de produtos de outros lugares. Tem a tributação, tem a rede de armazenagem desestruturada sem estoque regulador. Não adianta colher safras enormes se tudo vai para exportação. É preciso também dar uma atenção à agricultura familiar.

Fonte: GZH
Créditos de Imagem: Maciel Fischer / Divulgação Languiru