O Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho cresceu 12,9% no terceiro trimestre de 2020 em relação ao trimestre imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal. O desempenho na margem foi o maior desde o início da série em 2002 e superior ao observado em nível nacional (+7,7%). O resultado confirma a saída da recessão técnica, após dois trimestres de queda (-2,2% no 1ºT e -13,7% no 2ºT), porém ainda não nos permite recuperar o nível de atividade verificado no final de 2019 (-4,7%). Os três grandes setores da economia apresentaram crescimento na margem no RS, com destaque para Agropecuária (+39,8%), que estava com a base muito deprimida devido à estiagem do primeiro semestre. Na Indústria (+19,7%) também se observou um bom resultado, enquanto Serviços (+4,2%) ainda se recupera de forma mais lenta.

Por outro lado, em relação ao mesmo trimestre de 2019, a atividade entre julho e setembro caiu 4,1%, a quinta queda consecutiva e um pouco mais intensa que a queda nacional (-3,9%). Na análise setorial, o pior desempenho foi de Serviços (-5,8%), puxado pelas quedas em Comércio (-4,8%), Outros serviços (-13,7%), Transporte, armazenagem e correios (-3,8%) e Administração Pública (-4,5%). A Agropecuária (-4,1%) também apresentou variação negativa no terceiro trimestre. O resultado ainda está, em parte, ligado à estiagem, que afetou negativamente as produções de milho (-26,7%) e soja (-39,0%), os quais têm uma pequena parte da colheita feita no terceiro trimestre.

Entre os setores, a Indústria (-1,2%) apresentou a retração menos intensa na comparação com o mesmo trimestre de 2019. Das suas quatro atividades, três apresentaram variação negativa: Construção (-9,2%), Transformação (-0,8%) e Extrativa (-1,3%). Na indústria de transformação, destaca-se a recuperação em Produtos de metal (+19,0%) e Produtos de fumo (+28,2%). Por outro lado, Veículos automotores (-11,9%) e Couro e calçados (-38,2%) ainda puxam o resultado para baixo nessa base de comparação.

Os resultados refletem a retomada das atividades a partir do relaxamento das restrições à produção e de isolamento social. Os dados mais recentes de produção demonstram continuidade da recuperação no quarto trimestre, porém em ritmo menos intenso que o terceiro.

Fonte: FIERGS
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV