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Desempenho do frango abatido em março e no primeiro trimestre de 2022
31/03/2022

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Iniciada em fevereiro, a recuperação de preços do frango abatido se intensificou de vez no decorrer do mês de março, afastando de vez o quadro preocupante enfrentado no primeiro bimestre de 2022, período em que a remuneração obtida foi, nominalmente, similar à de idêntico período de 2021. Isto, frente a uma inflação que, pelos cálculos oficiais, ultrapassou os dois dígitos.

Assim, enquanto em janeiro e fevereiro a variação anual foi igual a zero (em fevereiro foi ligeiramente negativa), em março corrente apresentou incremento de, praticamente, 35% – resultado decorrente de uma valorização de 25% entre o início e este final de mês, índice até agora não observado no período analisado.

Logicamente, fatores como competitividade da carne de frango frente às proteínas concorrentes e aumento das exportações (o previsto para o mês é um volume não inferior às 400 mil toneladas de produto in natura, isto é, sem considerar, ainda, industrializados e carne salgada) concorreram para essa reversão.

Parece estar claro, no entanto, que o fator-chave para a recuperação observada foi a readequação da produção ao efetivo mercado disponível, sem dúvida mais restrito que em ocasiões anteriores, devido à visível perda de poder aquisitivo pelo consumidor (no trimestre, apontou o IBGE, o rendimento médio real dos brasileiros foi quase 10% menor que o de um ano atrás).

A principal indicação quanto a uma oferta menor veio da produção de pintos de corte. Que em janeiro, de acordo com dados da APINCO, recuou a um dos menores níveis dos últimos dois anos, ficando mais de 6% abaixo da registrada em janeiro de 2021 e quase 10% aquém da alcançada em dezembro/21. E – não custa lembrar – os pintos do último mês do ano correspondem aos frangos de janeiro/fevereiro, enquanto os produzidos em janeiro ficam prontos para o abate entre fevereiro e março. Ou seja: parece não haver dúvida quanto à readequação da oferta, fato que será comprovado quando o IBGE divulgar os resultados do abate deste primeiro trimestre.

De toda forma, o bom desempenho de março foi insuficiente para reverter as perdas do início do ano, pois o valor médio alcançado no trimestre apresentou incremento de apenas 8% sobre idêntico período de 2021, isto significando evolução de preço inferior à inflação acumulada no período. Já em valores anualizados (abril de 2021 a março de 2022) o incremento registrado sobe para cerca de 35%. Porém, este resultado sofre, direta e profundamente, a influência do bom desempenho registrado no trimestre agosto/outubro do ano passado, cujos preços ainda não foram alcançados.

 

 

Fonte: Avisite